O técnico Eduardo Bahia, do Doce Mel, concedeu entrevista ao repórter Romário Henderson, falando sobre os preparativos para a participação do clube no Baianão 2023. Essa será a quarta participação consecutiva do lobo-guará na Série A. Abaixo, confira o bate papo na íntegra.
GIRO – Como está a expectativa da comissão técnica e dos atletas para a estreia no Baianão?
Eduardo Bahia – É um prazer falar com vocês de Ipiaú. O trabalho está sendo bem feito, uma pré-temporada bem montada. Conseguimos montar um elenco dentro das possibilidades do Campeonato Baiano, e a gente pensa hoje em ficar entre os quatro e levar o clube para a semifinal. Logicamente com humildade, pés no chão e respeitando todos os adversários, mas em nosso pensamento estamos trabalhando pra isso. Estou há 38 anos no futebol, colocando toda a minha experiência com os grandes treinadores que eu já trabalhei no futebol à disposição do Doce Mel. Temos uma comissão técnica muito qualificada, os atletas entenderam a nossa filosofia, estão comprometidos com o clube e estão com fome de buscar coisas boas e coisas novas em 2023.
GIRO – Você realizou ótimos trabalhos em 2022 no futebol amador, sendo finalista da Copa Intervale e semifinalista do Intermunicipal. Acredita que essa boa fase pode ser repetida no Bainão?
Eduardo Bahia – Em 2022 foi um ano atípico, onde fiz alguns trabalhos, tanto no profissional como no Intermunicipal. Gostei bastante do Intermunicipal, onde tem jogadores com muito qualidade. Indiquei três jogadores do Intermunicipal, estão a cada dia evoluindo bastante no aspecto físico e de força, além do aspecto técnico e tático. Não temos tempo pra fazer uma transição, um processo mais demorado, eles já estão dentro do projeto, mas se adaptaram rápido, queimamos uma ou duas etapas, mas estamos muito satisfeitos com o desenvolvimento deles. Eu sou uma pessoa que admira muito o futebol baiano, acho que evoluiu em todos os segmentos, na arbitragem, nos dirigentes, nas comissões técnicas, etc, e isso vem do Intermunicipal, que é uma competição muito forte, e a gente fica muito feliz por estar participando também do Intermunicipal. O Bahia de Feira tem dois jogadores, nós temos três, outros clubes também tem atletas, estamos no caminho certo e vamos trabalhar bastante para que Deus nos abençoe no ano de 2023.
GIRO – Em algumas pesquisas nas redes sociais, torcedores espalhados pela Bahia, bem como membros da imprensa, estão bastante reticentes com o Doce Mel, muitos o colocando como um dos postulantes a rebaixamento. O que você pensa sobre isso?
Eduardo Bahia – Eu não vou pela pesquisa, eu vou pelo trabalho, e em primeiro lugar eu vou por Deus, que tem sempre me abençoado, abençoado a minha família, o meu trabalho. O foco total é trabalhar para ficarmos entre os quatro primeiros, com humildade e pés no chão. O grupo está 100% focado nisso e com muito desejo de levar o Doce Mel às semifinais do Baianão.
GIRO – O clube está enfrentando um entrave com a questão do mando de campo, por conta disso terá que estrear em Salvador. O quanto essa situação de não poder jogar em Jequié, pelo menos por ora, pode atrapalhar o planejamento da comissão técnica? Lembrando que temos um exemplo de superação do Barcelona, que mesmo sem poder jogar em Ilhéus no estadual passado, conseguiu ir à semifinal.
Eduardo Bahia – A questão do campo é administrativa, e sendo uma questão administrativa eu não me envolvo muito não. Trabalhamos em vários campos bons aqui na região, estou satisfeito com os campos e com o trabalho que está sendo feito aqui no Doce Mel.
GIRO – Em 2020, você estava no Doce Mel como preparador de goleiros. Me lembro que numa conversa que tivemos, você falava muito bem sobre a estrutura oferecida pelo clube e projetava, naquela ocasião, que num curto prazo o clube iria ser uma das forças do futebol baiano. Apesar de ser a quarta participação seguida do Doce Mel na elite, em todas as participações o clube nunca ameaçou chegar numa semifinal. O que você acha que está faltando para que isso aconteça?
Eduardo Bahia – É verdade, Romário. Em 2019 e 2020 foi meu último trabalho como praparador de goleiros. Naquela época recebi proposta de ser o treinador interino do clube, mas não aceitei, via que naquele momento eu não estava pronto ainda. Mas hoje me sinto pronto e preparado para essa missão. E missão dada é missão cumprida, com os pés no chão. O Doce Mel tem uma estrutura muito boa, é um dos poucos clubes do interior que tem estrutura, em todos os sentidos. Mas às vezes não dá liga. O clube precisa ir desenvolvendo os profissionais, os atletas, enfim, quando não dá liga você tem que ter humildade e reconhecer. Mas eu tenho certeza que daqui pra frente o Doce Mel vai seguir uma trajetória vencedora, buscar coisas grandes, calendário nacional e calendário pro ano inteiro. É pra isso que estamos trabalhando muito, eu e a minha comissão técnica, para que isso aconteça. Logicamente é muito difícil, mas vamos trabalhar pra isso.
GIRO – Finalizo lhe agradecendo pela atenção e gentileza de sempre, desejando enorme sucesso para o Doce Mel, que é o clube que representa a nossa região.
Eduardo Bahia – Sem dúvida, a região é representada pelo Doce Mel. Um clube bem estruturado, com pessoas do bem, pessoas que entendem do negócio futebol, isso é importante a gente frisar. Estou muito feliz por esse momento meu, é sempre um prazer falar com vocês dá imprensa, estou sempre à disposição. Estamos fazendo os últimos ajustes para que Deus nos abençoe na quinta feira, nos abençoe em nosso campeonato e que nós possamos fazer uma boa campanha e ficar entre os quatro, brigar por coisas grandes. A cidade merece, o clube acima de tudo merece, seu Alípio merece e toda a diretoria merece. Então vamos trabalhar muito pra isso. Nós da comissão técnica e os jogadores estamos com muita fome, com muito desejo de conquista, mas com os pés no chão, com muita humildade e que Deus nos abençoe. Obrigado, Romário!
O Doce Mel fará a sua estreia nesta quinta-feira, 12, no estádio metropolitano de Pituaçu, contra a equipe da Jacuipense. (GIRO/Romário Henderson)