É grande a expectativa da população de Ipiaú quanto a realização da Audiência Pública que a Ouvidoria Cidadã da Defensoria Pública da Bahia promove na tarde de hoje, quinta-feira, 25, no salão do plenário da Câmara de Vereadores, a partir das 17 horas, para discutir a garantia dos direitos da população vulnerabilizada pela enchente da Usina Hidroelétrica da Pedra.
A reunião vai ser conduzida pelo defensor Gabriel Salgado Lacerda Medeiros, membro da 12ª Defensoria Pública, Regional de Jequié, e contará com a participação do Defensor Público da União, Diego Guimarães Camargo, além dos defensores públicos Maíra Fattorelli e Luiz Carlos Azevedo que atuam na unidade de Ipiaú, representantes do Ministério Público, OAB, Prefeitura e Câmara Municipal, assim como outros órgãos da sociedade civil.
A partir da audiência pública serão formulados compromissos dos órgãos governamentais e do Sistema de Justiça para a defesa e proteção de direitos e políticas públicas destinadas às pessoas vitimadas pela enchente em Ipiaú.
CHESF NÃO PARTICIPA
Alegando que por conta da Ação Civil Pública, ajuizada pelo Governo do Estado, transferindo o espaço de discussão do tema para o Poder Judiciário, a Chesf informou que não participará desta Audiência Pública, de modo que todos os esclarecimentos pertinentes serão prestados no processo judicial.
A Empresa reitera que atuou intensamente na comunicação para as entidades, os usuários e a imprensa regional sobre o regime hidrológico da bacia e as alterações de vazão e ressalta que, considerando a rapidez com que as cheias se formam na Bacia do Rio de Contas, tendo em vista os tempos e movimentos da água, o intervalo de tempo para as decisões e comunicados pode chegar a ser expresso em horas, e não em dias.
A cheia do Rio das Contas ocorreu na última semana do ano passado, devido às fortes chuvas, e mediante atuação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, ao liberar vazões da Barragem Pedra chegaram a níveis extremos, provocando inundações em diversas áreas de Ipiaú e região.
Nada menos que 887 famílias, totalizando 1607 pessoas, foram diretamente atingidas pelo acidente. Desse contingente 684 famílias foram desalojadas e 203 desabrigadas. Além disso inúmeros estabelecimentos comercias foram inundados, ocasionando grandes prejuízos aos seus proprietários. ( Giro/José Américo Castro)
