O caso do feminicídio da adolescente Hyara Flor Santos Alves, aos 14 anos, na cidade de Guaratinga, no extremo sul da Bahia, ganhou mais um elemento revelado nesta semana pelo pai da vítima. A garota teve um noivado anterior ao casamento que terminou com sua morte.
O suspeito do crime é outro jovem, também menor de idade, com quem Hyara se casou. O casamento entre adolescentes é parte cultura dos povos ciganos, mas é inválido perante a lei brasileira.
Em entrevista à reportagem da TV Bahia, Hiago Alves, pai de Hyara, revelou o porquê de ter permitido o casamento da filha com o suspeito, que teve mandados de busca e apreensão e de internação decretados pela Justiça na segunda-feira (17).
Antes de ser noiva do suspeito, Hyara Flor teve um noivado com outro homem, que não teve idade, nem nome revelados. O relacionamento foi desfeito, o que não é bem visto na comunidade cigana. Por isso, a família aceitou o novo pedido.
“Eles aproveitaram a fragilidade de minha filha ter terminado um noivado. Ele já me pediu (a mão da filha) e eu disse: ‘dou tranquilo”. Ele (o pai do suspeito) aproveitou o momento, noivou minha filha com filho dele, marcamos a data do casamento”, contou o pai de Hyara.
Ele explicou que na comunidade, quando um noivado termina, é importante que a mulher arranje um outro noivo para mostrar que “quem saiu perdendo” foi o ex-pretendente. Além disso, Hiago contou que permitiu que a filha se casasse com o adolescente porque confiava que o suspeito e a família seriam pessoas corretas. Leia mais no G1