GIRO/José Américo
Coube a Ipiaú a realização do primeiro congresso sobre a jaca no Brasil. O evento inédito aconteceu nos dois primeiros dias deste mês de dezembro, no auditório compartilhado CETEP/UNEB, reunindo pesquisadores, ambientalistas, agricultores familiares professores, estudantes, artesãos, moveleiros, representantes do poder público, Ong’s, empreendedores e demais interessados no tema.
A realização foi da UNEB (Universidade do Estado da Bahia) e UNIPANCS (Unidade de Pesquisa e Difusão sobre o Aproveitamento de Plantas Nativas e Naturalizadas na Região), iniciativa do Instituto SOS Rio das Contas, Grupo Ecológico Humanista PAPAMEL e Espaço Cultural Janela, que vem apostando em alternativas ecologicamente sadias e capazes de contribuir para o fortalecimento da agricultura familiar regional.
“A Jaca e suas Potencialidades”, assim foi denominado o congresso que envolveu palestras, mesa redonda, roda de conversa, exposição e feira de produtos derivados desta que é a maior fruta comestível do mundo. O Curso de Engenharia Agroindustrial da UNEB no Apoio as Potencialidades da Jaca e o Uso da Farinha de Sementes de Jaca na Composição de Multimistura para a Alimentação Escolar, foram alguns temas abordados no ciclo de palestras. Experiências exitosas com a jaca, foram narradas durante uma das mesas redondas.
Registrou-se presenças de congressistas provenientes de diversos municípios do território do Médio Rio das Contas , além de Ilhéus, Itacaré, Cruz das Almas , Salvador e até do Rio de Janeiro. Desse estado brasileiro veio uma equipe do Instituto Mão na Jaca , cujos componentes relataram sobre a história da entidade , sua trajetória, conquistas e desafios, assim como apresentaram dados sobre os aspectos nutricionais da jaca, seus usos e potencialidades. Na oportunidade os membros da Ong , sediada em Niterói, ministraram um curso de capacitação culinária para preparos de doces e salgados de jaca.
Vale citar a participação do Ministério Publico Estadual que então apresentou o Programa Escola Sustentável’ e foi representado pelas promotoras de Justiça Letícia Baird e Lissa Aguiar.
Na conclusão do congresso ficou decidido a elaboração de um documento que será enviado para as autoridades, com o propósito de garantir a preservação da jaqueira e a inclusão da jaca na alimentação escolar.
A JACA
Maior fruto comestível do mundo, a jaca é cultivada em todas as regiões tropicais do Brasil. Fonte de fibras, proteína, minerais e vitaminas, a jaca pode ser consumida de diversas maneiras. Originária da Índia, a jaqueira se adaptou muito bem ao clima brasileiro, é fácil de ser cultivada: cresce rápido, resiste a pragas e suporta secas e altas temperaturas.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) reconheceu toda a potencialidade da jaca e a apontou como uma fruta promissora. A partir daí, a jaca caiu de vez no gosto dos veganos e vegetarianos que passaram a utilizar sua versão in natura, ainda verde, para substituir a carne no seu cardápio alimentar. Ela pode ser utilizada como substituta da carne, gerando receitas como: salgadinhos, sanduíches, hambúrgueres, tortas, entre outros.
A semente de jaca é rica em amido, fibras, carboidratos e em antioxidantes. As sementes torradas e trituradas formam uma espécie de farinha que pode ser usada em várias receitas, como bolos, biscoitos, pães e quibes. A folha da jaca tem ação antifúngica e antibacteriana e pode ser utilizada no preparo de chás.
A jaca é um fruto rico em carboidratos, minerais, como cálcio, fósforo, iodo, cobre e ferro. Contém vitaminas A, C e do complexo B. Desse modo, seu consumo é muito benéfico para a saúde. Combate a pressão alta: por ser rica em potássio, ajuda a prevenir problemas cardiovasculares, como o derrame ou o ataque cardíaco, além de diminuir os níveis da pressão arterial.
O consumo regular da jaca também auxilia na queda dos níveis de sódio no sangue. Previne anemia, retarda o envelhecimento da pele e ajuda também a combater a ação dos radicais livres, prevenindo diversas doenças crônicas. Inúmero outro benefício oferece a jaca ao ser humano e demais animais que a consomem. (Giro/José Américo Castro).