Um acidente doméstico, atendimento médico apontado como inadequado e uma série de complicações levaram à amputação do antebraço esquerdo de Jocelita Ribeiro dos Santos, moradora do distrito de Acaraci, município de Itagibá. Os familiares da paciente acusam o Centro de Especialidades Médicas (CEMED), localizado no município de Itagibá, de negligência médica, alegando que o caso de Jocelita poderia ter tido outro resultado caso houvesse um atendimento adequado desde o início.
Com informações baseadas em relato de familiares, o incidente ocorreu na noite de sábado, 2 de dezembro, quando Jocelita sofreu um acidente doméstico envolvendo vidro dentro de sua residência. Buscando atendimento, a paciente foi ao CEMED, onde lhe foi realizada uma sutura com 12 pontos. Beatriz Santos da Silva, sobrinha de Jocelita, relatou ao GIRO que o corte era profundo e havia atingido uma veia, resultando em uma considerável perda de sangue.
No entanto, após o procedimento, Jocelita foi liberada da unidade médica e retornou para casa. No dia seguinte, a paciente continuou queixando-se de dores intensas e apresentou uma marca roxa na região do pulso. Diante do agravamento do quadro, ela foi levada novamente ao CEMED no domingo à noite, sendo liberada outra vez e orientada a se recuperar em casa.
A situação piorou durante a madrugada de segunda-feira, quando as dores se intensificaram. Diante desse cenário, a família decidiu encaminhar Jocelita ao Hospital Geral de Ipiaú, onde, segundo informam familiares, os médicos constataram que a sutura realizada no CEMED foi inadequada. Ainda de acordo com Beatriz, os médicos informaram que a sutura comprometeu a veia já lesionada, impedindo a circulação sanguínea para a mão da paciente.
Os profissionais do Hospital Geral de Ipiaú tentaram uma cirurgia no local, mas a gravidade da situação já era irreversível, indicando que apenas a amputação resolveria o problema. Jocelita foi então encaminhada para o hospital em Ilhéus, onde a amputação do membro foi realizada. Beatriz ressalta que, no Hospital Costa do Cacau, foi revelado que a sutura no CEMED foi feita com uma linha inapropriada.
“Minha tia perdeu um membro e poderia ter perdido a vida”, destaca Beatriz, enfatizando que essa tragédia poderia ter sido evitada, pois Jocelita buscou ajuda no CEMED por três vezes, sem que a devida triagem fosse realizada. A moradora de Itagibá segue internada no Hospital Costa do Cacau em Ilhéus. A família e a paciente expressa sua revolta e exigem uma investigação rigorosa para apurar as circunstâncias que levaram a essa tragédia evitável.
O QUE DIZ A SECRETARIA DE SAÚDE
Após repercussão nas redes sociais e reportagem no GIRO, a Secretaria de Saúde do Município emitiu uma nota informando que “o atendimento foi prestado de acordo com as normas de saúde vigentes, seguindo os protocolos assistenciais adequados, prezando, desta forma, pela legalidade e os princípios que norteiam a administração pública instaurou uma sindicância administrativa para apuração dos fatos”. A nota finaliza informando que o município se solidariza com os envolvidos, ao tempo que continua à disposição”. *Reportagem Giro Ipiaú