O policial militar identificado como João Wagner, de Alcunha Cenoura, é apontado como o autor dos disparos que matou a jovem Fernanda dos Santos Pereira, de 23 anos, na madrugada da última quinta-feira, 10, em um posto de combustíveis no centro de Ilhéus (ver matéria).
O PM lotado na 69ª Companhia Independente da Polícia Militar – CIPM da Zona Sul, é procurado pela Polícia Civil. O crime, classificado como feminicídio, ocorreu após uma discussão entre a vítima e o agressor. O policial militar atirou na cabeça de Fernanda e fugiu em seguida. As imagens de câmeras de monitoramento mostram o momento do crime.
A polícia informa que o suspeito está foragido, mas há a possibilidade de se apresentar na delegacia nos próximos dias. Em nota (confira abaixo na íntegra), a defesa do policial afirmou que o suspeito vai se apresentar à polícia de forma voluntária. Disse ainda que João Wagner não conhecia a vítima, que estava “descontrolada” no local e que o tiro foi acidental.
NOTA À IMPRENSA
Caso envolvendo o Policial militar João Wagner Madureira e a vítima Fernanda dos Santos Ferreira,
É com profundo pesar que comunicamos a todos sobre o trágico incidente envolvendo o policial militar João Wagner Madureira, conhecido como Cenoura, lotado na 69ª CIPM, na madrugada desta quinta-feira(11/01).
No calor de uma discussão, o PM se envolveu em um incidente fatal que resultou na perda de uma vida. O policial sempre dedicou sua carreira à defesa da sociedade e, em especial, à proteção das mulheres atendendo e prestando socorro em diversos casos de agressão a mulher. O ocorrido é inquestionavelmente repugnante, e estamos cientes da gravidade dos fatos.
João Wagner está comprometido em se apresentar voluntariamente às autoridades competentes e cooperar plenamente com as investigações em curso. Entendemos que essa tragédia em questão não apaga sua história em defesa da sociedade enquanto policial militar, mas compreendemos a responsabilidade de responder judicialmente por seus atos. Como deve sempre ser, independente de quem seja.
É importante esclarecer que, embora as acusações de feminicídio estejam presentes na cobertura midiática, afirmamos categoricamente que o policial militar não conhecia a vítima e que o ato não foi motivado por violência doméstica, familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
O vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que João Wagner Madureira aparece com uma arma em punho apontada para o chão. As imagens não divulgadas irão provar que a arma não tinha a intenção de intimidar a vítima, mas sim afastar pessoas alteradas na localidade. Quanto ao disparo ocorrido, esse se deu de forma acidental, quando a vítima e o policial entraram em vias de fato, momento em que a vítima tenta segurar a arma do policial, acabando por acionar a tecla do gatilho de forma involuntária como mostra as imagens divulgadas e que resultou na fatalidade que lamentamos profundamente.
João Wagner Madureira reconhece a gravidade do ocorrido e está preparado para responder perante a justiça dos homens e a justiça divina. Neste momento difícil, expressamos nossas sinceras condolências à família enlutada.
Nosso compromisso é com a verdade e a justiça, e confiamos no devido processo legal para esclarecer os detalhes deste trágico episódio.
AMARAL & RUSCIOLELLI SOCIEDADE DE ADVOGADOS A serviço da ASPRA
Adv. Caíque Rusciolelli
Mariana Amaral
Douglas Amaral