Prossegue desenfreada a retirada de areia nas margens do Rio das Contas em Ipiaú e outros municípios ribeirinhos da região. A degradação acontece em atendimento às demandas da construção civil e obras de infraestrutura dos governos, sem um acompanhamento rigoroso dos órgãos ambientais nas suas diversas esferas. Tal descaso tem permitido a atuação predatória do extrativismo clandestino e ilegal.
Reiteradas denúncias de entidades ambientalistas e desportistas continuam sem o acolhimento que merecem. Uma das situações mais preocupantes tem sido a exploração desenfreada de areia no encontro do Rio Água Branca com o Rio das Contas, nas imediações do Parque de Exposições de Ipiaú.
O Grupo Ecológico Humanista PAPAMEL, coordenado por Emídio Neto, alerta que além de área de proteção ambiental os areões à margem do rio são utilizados como espaços de lazer, sobretudo para a prática esportiva, fato que aumenta a necessidade de serem mais protegidos.
A ausência da fiscalização tem permitido escavações nos locais utilizados para a prática esportiva, em especial jogos de futebol. Banhistas que encontram nesses lugares autênticas praias, também são prejudicados. A Prefeitura ainda não entendeu a importância de garantir tais áreas para o uso exclusivo para lazer, recreação e desporto.
Na maioria dos casos a extração de areia tem ocorrido de forma clandestina e por isso tem sido inconveniente. Se houvesse licença e acompanhamento o prejuízo seria evitado.
Seja na forma artesanal ou por máquinas pesadas, sobretudo dragas, a exploração de areia deve ser objeto de licenciamento ambiental. Vale salientar que retirada de areia do leito do rio ajuda a combater os efeitos negativos do assoreamento resultante dos desmatamentos e supressão das matas ciliares.
Emídio Neto destaca que a exploração artesanal ou por máquinas nas margens dos rios é um crime ambiental que deve ser enfrentado com determinação pela Prefeitura. Ao que parece a Prefeitura de Ipiaú não tem gestão sobre a extração de areia do Rio das Contas, o que fica explícito diante do aumento da exploração clandestina nos últimos anos. (Giro Ipiaú)