Após 86 anos de bons serviços prestados à população de Ipiaú e de outros municípios da região, a Farmácia Bahia fechou suas portas. Uma grande perda para o comércio local. Ficou um vazio naquele prédio da Rua Dois de Julho e uma saudade nos que se relacionavam com o tradicional estabelecimento fundado no ano de 1938 pelo farmacêutico Waldemiro Santos.
O ponto final dessa longa fase de funcionamento foi cravado no último dia 14 de maio, quando todo o estoque da casa era subitamente retirado pelo atual proprietário que não é descendente nem parente de Dr. Waldemiro. O imóvel continua pertencendo à família. Não sabemos decerto o motivo da interrupção.
A Farmácia Bahia da Rua Dois de Julho era matriz e outras farmácias homônimas e com denominações diferentes. Nos bons tempos foram cinco filiais, ou mais, em diversos pontos da cidade. Todas muito bem administradas pela competência de Valmir Vieira Santos, filho de Dr. Waldemiro.
A matriz chegou a contar com 30 funcionários. Quando fechou suas portas restavam apenas quatro, três dos quais no balcão, dentre estes Florisvaldo Andrade de Matos (Val) e Gilvan Gomes de Oliveira, ambos com décadas de atuação na farmácia. Val já tinha 42 anos como funcionário, enquanto Gilvan exercia o cargo há 32 anos.
O fundador da Farmácia Bahia era um dos homens mais notáveis que já passaram por Ipiaú. Além do conhecimento cientifico que o conduziu a criar a formula “Plasveran” que ajudou muita gente a escapar de epidemia de impaludismo que reinava na décadas inicias da fundação do município, era dotado de ética e companheirismo.
Os notáveis da localidade se reuniam nos fundos da farmácia para ouvir conselhos e projetar os destinos do município. Muitas coisas que resultaram em marcantes benefícios da população ali foram discutidas e definidas. A Farmácia Bahia jamais será esquecida por àqueles que ali buscaram cura e qualidade de vida. Quem sabe um dia poderemos tê-la de volta? (Giro/José Américo Castro)