Apesar da queda em algumas taxas médias de juros para concessões de crédito, o crédito rotativo do cartão voltou a pesar no bolso dos brasileiros. Em setembro, a taxa de juros para as famílias que utilizam o rotativo subiu 11,5 pontos percentuais, alcançando o expressivo patamar de 438,4% ao ano. A limitação do rotativo, em vigor desde o início de 2024, busca conter o endividamento, mas ainda não resultou em uma queda significativa dos juros dessa modalidade ao longo dos meses.
A medida imposta pelo governo não interfere na taxa de juros contratada originalmente, aplicando-se apenas aos novos financiamentos de rotativo. No acumulado de 12 meses até setembro, houve uma leve redução de 2,7 pontos percentuais nos juros dessa modalidade. Os dados são das Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgadas pelo Banco Central nesta quarta-feira (30), em Brasília.
O crédito rotativo é acionado quando o consumidor não paga o valor integral da fatura do cartão, contraindo um empréstimo sobre o saldo remanescente, o que o torna uma das modalidades com juros mais elevados do mercado. Passados 30 dias, as instituições financeiras são obrigadas a parcelar a dívida remanescente, aplicando, neste caso, uma taxa menor. Ainda assim, os juros do crédito parcelado também subiram em setembro, atingindo 185,8% ao ano, um aumento de 3,8 pontos percentuais no mês, mas com redução de 8 pontos percentuais nos últimos 12 meses.