Os preços do cacau têm registrado fortes altas nos últimos dias, impulsionados por temores de redução na oferta global. Na segunda-feira (16), o contrato de referência para março na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) subiu 4,1%, alcançando US$ 11.768 por tonelada. Na terça-feira (17), a alta continuou, com um aumento de 1%, chegando a US$ 11.938.
O principal fator por trás da valorização é a incerteza climática nos principais países produtores, a Costa do Marfim e Gana, que juntos são responsáveis por cerca de 50% da produção mundial de cacau. A Costa do Marfim lidera com 2,2 milhões de toneladas anuais, enquanto Gana contribui com 680 mil toneladas.
Segundo Thiago Fernandes, diretor do Consórcio Cabruca da Bahia, o cacau é extremamente sensível às condições climáticas. “Se faz muito calor, a planta sofre; se está muito frio, ela também sofre. Se chove em excesso, é prejudicial, e se não chove, igualmente afeta negativamente o desenvolvimento da planta”, explica.
O impacto dos preços é sentido também no Brasil, que se destaca como maior produtor de cacau da América Latina. Produtores baianos, que vêm investindo em métodos de cultivo sustentáveis, acompanham de perto as oscilações no mercado internacional, que influenciam diretamente o valor da produção local.