
O uso excessivo de telas por crianças tem gerado preocupação entre especialistas da área da saúde, devido ao surgimento de comportamentos semelhantes aos observados no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Embora não exista comprovação de que as telas causem autismo, o fenômeno conhecido como “autismo virtual” tem levantado alertas importantes sobre os efeitos da exposição prolongada a dispositivos eletrônicos na infância.
Entre os sinais observados estão dificuldades de interação social, atraso na linguagem, comportamentos repetitivos e ausência de contato visual. Esses sintomas, segundo profissionais da saúde, podem confundir pais e até mesmo médicos, atrasando o diagnóstico correto de distúrbios do neurodesenvolvimento.
A neuropediatra Fernanda Fredo, do Instituto Curitiba de Saúde (ICS), explica que o excesso de telas pode causar alterações no sono, prejudicar a atenção e o aprendizado, provocar problemas visuais e dificultar a socialização. “O uso exagerado de dispositivos eletrônicos não causa TEA, mas pode gerar comportamentos que mimetizam o transtorno e atrapalham a identificação de um quadro clínico real”, pontua a médica.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta que crianças menores de dois anos não sejam expostas a nenhum tipo de tela. Já entre dois e cinco anos, o tempo diário de uso deve ser restrito a, no máximo, uma hora — sempre com supervisão de um adulto.
Para evitar impactos negativos no desenvolvimento infantil, especialistas recomendam que os pais priorizem interações reais, atividades lúdicas e brincadeiras ao ar livre. Além disso, é fundamental estar atento a sinais de alerta e buscar avaliação médica sempre que houver dúvidas sobre o comportamento da criança.
O chamado “autismo virtual”, apesar de não ser uma condição médica reconhecida oficialmente, tem se tornado um tema recorrente em consultórios pediátricos, reforçando a importância do uso consciente da tecnologia na infância. *Com informações do Instituto Curitiba de Saúde (ICS).