A décima edição da Vila Cultural de Itagibá, evento que abre os festejos juninos nesta cidade, prestará uma justa e sincera homenagem ao professor e empresário Joseilton Silva Andrade, o popular “Kalibano”, figura emblemática do lugar, que tem a tradição da alegria e hospitalidade.
Ele sempre esteve ligado aos festejos em suas diversas frentes de trabalho e realizações. Responsabilizou-se pelas barracas, participou diretamente dos eventos, organizou, recepcionou, indicou, se colocou à disposição e dançou muito forró.
Cidadão de bem, mensageiro da paz, fonte de informações, Kalibano nasceu no mesmo ano em que o município conquistou a sua emancipação política. Sendo assim, as histórias de ambos se confundem. Estão sustentadas pelas mesmas raízes.
Kaliba da folia, das alegrias do forró desde os tempos da infância, em redor das fogueiras, sob bandeirolas, percorrendo ruas, adentrando casas, salas de reboco, recintos das festas de outrora.
Kaliba no Clube Lítero-Social, organizando os bailes, recebendo visitantes, mantendo a ordem, contribuindo com o fortalecimento da cultura itagibense. Pedra forte cumprindo a missão de Guardião das Tradições. Distampina nas recordações.
Kalibano crescendo no dever desse amor, recebendo as lições do professor José Fernandes, indicando livros na biblioteca do Colégio Cenecista, calibrando o conhecimento, repassando lições para os alunos, contando o que vivenciou.
Kaliba no bar/restaurante da esquina da Rua Dom Pedro II com a Praça Duque de Caxias. Caprichando no cardápio, atendendo à freguesia, retorcendo os bigodes em atenção a todos.
KALIBABAR. Point famoso de Itagibá. Ali chegam autoridades políticas, artistas, turistas, personagens da cidade, gente em diversidade.
A homenagem é justa, oportuna, cheia de verdade. Bem a merece o filho de seu João Gomes de Andrade, o lendário tropeiro João Xibinha, e de dona Zinha (Maria de Lourdes Silva).
João Xibinha, com sua tropa, abastecia a localidade. Era ele quem trazia os gêneros alimentícios não perecíveis e outras mercadorias. Fazia o intercâmbio com outros centros da região. Conduzia, de Rio Novo (atual Ipiaú), o óleo utilizado no motor que gerava a energia elétrica de Distampina, proporcionando iluminação das ruas e claridade.
Zinha, com a idade de 40 anos, já havia parido 21 filhos, dos quais 12 estão vivos. Era doce, alegre e do lar. Morreu no parto do último rebento. A exemplo do marido, deixou um legado de boa vontade, honestidade e fraternidade.
Bem recebe a homenagem o marido de dona Miralva Moreira Andrade, o pai de Jaildo, Fabrício e Ricardo — o primeiro, biológico; os outros dois, do coração —, o vozão carinhoso. O município o reconhece, Kaliba, com grande dignidade.
Que Kalibano continue prestando relevantes serviços a Itagibá, contribuindo para que este lugar seja “um nome doce de falar e uma terra boa pra morar”.
MANTENDO A TRADIÇÃO
A Vila Cultural de Itagibá mantém a tradição de prestar homenagens às personalidades que se identificam com os festejos juninos. A primeira delas foi a advogada Hilda Philadelpho. Depois vieram Inaldo Sampaio Luz, Edvanice Fontoura, Valdete Rosa, Antônio Sales (Toinho), Maria José Figueiredo, Edisio Nascimento e Carlito Silva.
Agora é a vez de Joseilton Andrade (Kalibano), grande figura da cidade, personagem histórica, gente boa que, ao longo do tempo, muito tem contribuído com os festejos. A comunidade testemunha seus feitos, autentica seu valor. *José Américo Castro
