Com um prejuízo de aproximadamente R$ 90 mil, 60 dos quais no seu mercadinho na rua Nova Conquista e o restante na residência localizada ao lado do estabelecimento (ver vídeo), o comerciante Everaldo Barbosa Santos, também conhecido pelo apelido de “Véu”, é um dos inúmeros ipiauenses que tiveram o patrimônio comprometido pela recente enchente do Rio das Contas e chuvas torrenciais que causaram inundações sem precedentes na cidade.
Na tentativa de minimizar os prejuízos e buscar o soerguimento empresarial Véu recorreu ao empréstimo emergencial do Governo do Estado, através da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), mas se deparou com o excesso da burocracia e já admite desistir do benefício. Enquanto isso os boletos de cobrança das mercadorias adquiridas e empréstimos bancários acumulam em sua mesa.
“Eu estou desistindo. É muita burocracia”. Disse o comerciante em entrevista ao GIRO. Sua imagem foi veiculada em uma matéria do Departamento de Comunicação da Prefeitura de Ipiaú, no dia 24 de janeiro, onde ele aparece diante de um atendente do SAC apresentando a documentação exigida (ver matéria).
O momento de entusiasmo não demorou em torna-se em decepção. O empresário assegura que sua empresa é idônea, o CNPJ positivo, absolutamente sem restrições e nada, a não ser o excesso de burocracia e a morosidade, lhe impede de ter acesso ao crédito.
“A pessoa vai no SAC e lá são exigidos dezenas de documentos. Do SAC o pedido do empréstimo é enviado para a Prefeitura que envia para o Corpo de Bombeiros que por sua vez envia para a Defesa Civil e daí para o avaliador de crédito. Isso só em Ipiaú. Depois vai pra Salvador, onde vão fazer uma avaliação da linha de crédito. É muito burocrático, eu estou desistindo”, desabafou Véu.
Ele reitera que um auxilio emergencial não pode demorar tanto de ser liberado e conclui. “Diante de tanta morosidade acrescento para que todos tomem conhecimento: “Não recebi nada até agora e estou desistindo!”.
Nota do Desenbahia
Desde o lançamento da linha de crédito emergencial em 2021, a Desenbahia já aprovou mais de R$ 63 milhões em crédito para atendimento aos empreendedores atingidos pelas fortes chuvas. Somente em 2023, mais R$ 9,8 milhões foram liberados. Sem juros até R$ 150 mil, carência de 12 meses e até 48 meses para pagamento, o financiamento busca reduzir os impactos das chuvas e apoiar os pequenos empresários: Mais de 2,3 mil já tiveram o crédito aprovado em 54 municípios do estado.
No início de 2023, a Desenbahia implantou plataforma descentralizada com os municípios afetados para tramitação das propostas de forma digital, reduzindo o tempo de análise, o que agilizou as liberações dos recursos.
Como instituição financeira regulada pelo Banco Central, a Desenbahia exige apresentação de documentos mínimos para concessão de crédito. Após as verificações e avaliação simplificada de crédito, os contratos são elaborados e enviados para assinatura dos comerciantes e prestadores de serviço, que poderão utilizar os recursos para reconstruir suas atividades, conforme sancionado na Lei Nº 14.530 de 29 de dezembro de 2022.
O Governo do Estado, por meio da Desenbahia, continuará não medindo esforços para viabilizar o crédito emergencial para aqueles empreendedores atingidos pelas fortes chuvas.
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