A comunidade surda de Ipiaú voltou a se mobilizar na defesa os seus direitos e em especial pelo cumprimento da Lei nº 10.436/2002 que reconheceu a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão dos surdos.
Durante a visita que o Governador Jerônimo Rodrigues e do Ministro Chefe da Casa Civil Rui Costa, dentre outras lideranças políticas, fizeram a Ipiaú na última sexta-feira, 9, com o intuito de inaugurar obras públicas, um grupo de surdos, acompanhado da advogada Itana Marinho que defende a causa neste município, se posicionou em pontos estratégicos para chamar a atenção das autoridades no sentido do amplo cumprimento da lei que já tem 22 anos de promulgação.
Na oportunidade, eles portavam faixas e cartazes com a reivindicação destacando a necessidade de que a Lei saia do papel e tenha real validade em Ipiaú. Pediram que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão dos surdos e a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério.
Em uma breve conversa com Jerônimo Rodrigues, a jovem estudante universitária, Crisliane Santos Sampaio, estudante de pedagogia, expressou ao governador as dificuldades encontradas por falta do cumprimento da LEI 10.436/2001. A conversa foi traduzida por Thaiana Ferreira dos Santos, destacando que a língua de sinais constitui esta ponte importante na educação dos surdos nas classes regulares. Jerônimo solicitou da sua assessoria que anotasse todos os requerimentos e que fosse encaminhado para o seu gabinete.
Na tarde do dia 02 de junho, os surdos, acompanhados da advogada e da intérprete Thaiana Ferreira, além de outras pessoas, compareceram na Praça Ruy Barbosa, para juntos lutarem pelos direitos da comunidade surda, chamando atenção para o cumprimento da lei que já completou 22 anos de promulgada. Durante a visita das autoridades a cena se repetiu nos diversos locais onde elas estiveram.
”É importante ressaltar que a comunidade surda não quer nada mais que a LEI 10.436/2001 saia do papel e tenha validade em nosso município. Com isso chamamos a atenção dos órgãos responsáveis juntamente com seus representantes” comentou a advogada. Ela acrescenta que o surdo não é pior que o ouvinte, é cognitivamente igual, tem as mesmas capacidades e inteligência, porém é um sujeito que tem uma forma única, peculiar de aprender, pois compartilha duas culturas e precisa apropriar-se de ambas.
Já faz tempo que a advogada Itana Marinho está engajada na luta em defesa dos direitos dos surdos. Com um sentimento de solidariedade e humanidade ela abraçar a causa desses que têm o dever legal de serem protegidos. Coube à ela a iniciativa de levar até a Câmara Municipal de Ipiaú o caso do estudante surdo conhecido como “Cleito” que estava impedido de concluir o nível médio, por lhe faltar intérprete.( Giro/José Américo Castro).