O professor Willian Silva, morador de Jequié, usou as redes sociais para denunciar que foi vítima de abordagem truculenta e racismo estrutural praticada por policiais militares no camarote da festa de São Pedro de Ipiaú. Segundo Willian, os policiais chegaram com cassetetes e o empurrando na parede, sob a suspeita de ter praticado furto de três celulares.
“Esses policiais são altamente despreparados, sem capacitação, sem abordagem adequada. Quem me conhece sabe que sempre estudei e sou trabalhador uma pessoa idônea, não preciso roubar. Essa foi uma ação sem provas, arbitrária, sem provas. Na abordagem comecei falar que eu não era bandido, e não era ladrão, informei que eu era professor. Hoje os livros que eu estudei sobre preconceito estrutural faz todo o sentido!”, diz trecho do relato no perfil do professor na rede social instagram.
“Peço ajuda ao poder público e compartilho essa foto aqui no meu Instagram, um espaço que sempre compartilhei momentos de alegrias, mas hoje estou compartilhando a humilhação que eu passei. Só estou divulgando aqui porque eu preciso dar voz as pessoas pretas que passam todos os dias pelo julgamento e pelo preconceito estrutural. Vou procurar a justiça e procurar todos os meus direitos porque eu nunca passei tanta vergonha. Pela minha mãe e familiares”, finaliza o professor que atua em faculdades em Jequié, Itabuna e Ilhéus. Nossa reportagem tentou contato com Willian para mais informações, mas até a postagem dessa matéria, ele não tinha retornado às nossas mensagens.
Comandante da PM comenta o caso
AO GIRO, o Ten Coronel Jocevã Oliveira – Comandante da 55ª Companhia Independente da Polícia Militar de Ipiaú (CIPM), comentou sobre o caso. “Algumas pessoas tiveram seus celulares furtados no camarote e indicaram ele como um dos suspeitos. Quando eu o abordei pra esclarecer , segurando seu braço e informando da suspeição, ele passou a fazer escândalo e reagindo com agressividade. A única coisa que fizemos foi imobilizar e algemar pela agressividade dele, que ficou se jogando ao chão, dizendo que não era ladrão e que era preto. Pedindo pra filmarem, pra gente atirar e bater nele”, comentou o comandante. De acordo com o Ten Coronel, Willian foi apresentado à polícia judiciária e ouvido pelos crimes de desacato e resistência. Após ser ouvido, o professor foi liberado. (Giro Ipiaú)