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Número de transações via Pix registra maior queda desde o lançamento do sistema, informa Banco Central

Foto: Reprodução

Nos primeiros dias de janeiro de 2025, o número de transações realizadas via Pix apresentou a maior queda em relação ao mês anterior desde a criação do sistema de pagamentos instantâneos, lançado pelo Banco Central em novembro de 2020. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (15) pela instituição, a quantidade de operações entre os dias 4 e 10 de janeiro caiu 10,9%.

O resultado chama a atenção devido à rápida e constante expansão do Pix nos últimos anos, consolidando-o como uma das principais formas de pagamento no Brasil. Especialistas apontam que essa retração está diretamente ligada à circulação de notícias falsas nas redes sociais, que levantaram a possibilidade de uma eventual taxação do sistema pelo governo federal.

Fake news e desconfiança geram impacto negativo

Nas últimas semanas, mensagens falsas sobre uma suposta cobrança de taxas sobre transferências feitas via Pix se espalharam rapidamente, gerando dúvidas e receio entre os usuários. O Banco Central e o Ministério da Fazenda negaram veementemente essas informações, reafirmando que o uso do sistema continua gratuito para pessoas físicas.

Ainda assim, a disseminação das fake news parece ter provocado um reflexo direto no comportamento dos usuários, que passaram a restringir o uso do sistema. “Esses boatos causaram um efeito psicológico negativo, fazendo com que muitas pessoas deixassem de usar o Pix por receio de possíveis custos futuros”, analisou um economista consultado pela reportagem.

Medidas para conter a desinformação

Diante da queda inédita nas transações, o Banco Central e outras autoridades intensificaram as campanhas de esclarecimento público sobre o funcionamento do Pix. O objetivo é reforçar a confiança dos usuários no sistema e combater a desinformação que impacta diretamente a economia digital do país.

Vale destacar que, desde o seu lançamento, o Pix se tornou um instrumento essencial para a população, facilitando pagamentos, transferências e compras com rapidez e sem custos para a maioria dos usuários. Segundo dados de dezembro de 2024, o sistema já havia ultrapassado a marca de 2 bilhões de operações mensais, um marco que agora enfrenta risco de desaceleração.