
Com a alta no preço do café, o tradicional hábito de consumir o produto ficou mais difícil. Em entrevista ao Bahia Notícias, Guilherme Moura, diretor da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), mostrou otimismo com a produção do estado para este ano, mas admitiu que os valores não devem sofrer uma redução significativa.
“A produção encontrou dificuldades neste último ano [2024], em locais tradicionais na região sudeste, sobretudo. Na Bahia, menos. Esse cenário impacta os preços globalmente. Entretanto, este ano [2025] deve ser ótimo para o produtor baiano”, explicou o dirigente.
Ele explicou como funciona a lógica singular da precificação do café. “Há uma relação direta entre o preço do grão e os valores que chegam até o consumidor final, isso é uma questão do próprio produto, não acontece com outros produtos agropecuários. Assim, não haverá uma queda nos preços do café no estado para 2025, eles tendem a permanecer altos e ainda com alguma valorização”, pontuou.
Guilherme ressaltou a importância do agro para a população. “Não é somente o aspecto alimentar, mas a roupa que vestimos, a cama que dormimos, o papel que escrevemos. Quando o campo vai bem, o impacto é positivo para todos, contudo, as intempéries climáticas afetaram os diversos produtos agropecuários”.
PRODUÇÃO BAIANA
O dirigente da Faeb comentou sobre os tipos de café produzidos no estado. “Na Bahia a produção se dá no extremo-sul com o robusta, também conhecido como Conilon, que está muito presente no varejo. E temos o Arábica, produzido na Chapada Diamantina e na região sudoeste do estado, sobretudo em Vitória da Conquista”, disse.
“Há uma expectativa de crescimento tanto para o Conilon quanto para o Arábica aqui na Bahia. O clima ajuda o estado nesse início de ano. Estamos vivendo o fenômeno da La Niña, mas regra geral no estado, a safra agropecuária tende a ser melhor em 2025, e isso vale para o café. Por outro lado, na região sudeste se espera uma quebra de safra e é por isso que os preços estão altos. No Brasil, regra geral, a produção deverá ser menor”, acrescentou.
De acordo com Guilherme, a Bahia tem um papel importante no fornecimento de café no país. “O Brasil é o maior exportador cafeeiro. Entretanto, uma boa parte da produção abastece o mercado interno. E temos algumas marcas aqui no estado como a Rigno, Latitude 13 e outras que são comercializadas em todo o país”.
Segundo o dirigente, o café baiano, além de ser uma referência nacional de qualidade, já ganha fama no exterior. “O café Arábica, da Chapada [Diamantina], é exportado para diversos países, isso mostra uma excelente reputação no mercado internacional. Na Europa, a Alemanha é uma consumidora do nosso café, ele é vendido nos EUA também. Vale lembrar, que há um crescimento das exportações cafeeiras e de produtos agropecuários para o mercado asiático”.