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Congresso discute prova para médicos recém-formados em meio à queda de qualidade dos cursos

Foto: Reprodução

A qualidade da formação médica no Brasil voltou ao centro do debate nacional. Em meio à crescente preocupação com a queda no nível das graduações em Medicina, o Congresso Nacional discute a criação de uma prova obrigatória para médicos recém-formados antes que possam exercer a profissão. A proposta, no entanto, divide opiniões entre governo e oposição. As informações são do O Globo.

A medida surge em um cenário alarmante: entre 2010 e 2023, o número de cursos de Medicina no país saltou de 181 para 401 — um aumento de 127% em apenas 13 anos. A explosão na oferta de vagas tem gerado críticas quanto à infraestrutura, à qualificação do corpo docente e à qualidade do ensino em diversas instituições, especialmente as privadas.

Enquanto parlamentares da oposição defendem a implementação imediata de um exame nacional, nos moldes do Exame da OAB para advogados, integrantes do governo argumentam que a proposta precisa ser mais debatida, com foco na regulação e fiscalização dos cursos. Eles também apontam que a responsabilidade pela formação é das instituições de ensino, e que a criação de um exame não resolveria, por si só, os problemas estruturais.

Paralelamente à tramitação no Congresso, o Ministério da Educação estuda um novo modelo de avaliação da qualidade dos cursos de Medicina, com critérios mais rigorosos para autorização, reconhecimento e renovação dos cursos. A proposta ainda está em fase de discussão, mas a ideia é vincular diretamente os resultados dessas avaliações à permanência ou não das faculdades no sistema de ensino superior.

O tema tem mobilizado representantes da classe médica, conselhos profissionais e entidades estudantis, que temem que a formação apressada e de baixa qualidade coloque em risco a segurança dos pacientes e a credibilidade da medicina brasileira.