
A história da baiana Camila Pita, de 27 anos, é marcada por dor, superação e um forte laço familiar. Após a mãe ser acusada de homicídio, quando ela ainda era adolescente, Camila decidiu que dedicaria sua vida à busca por justiça. Doze anos depois, ela se formou em Direito e assumiu a defesa da mãe no tribunal.
O caso aconteceu em março de 2012, na cidade de Valença, no baixo sul da Bahia. Camila tinha apenas 14 anos e acabara de iniciar o Ensino Médio quando viu a própria casa ser cercada por policiais. “Pensei que minha mãe tinha morrido, entrei em desespero”, relatou em entrevista ao g1.
Na ocasião, a mãe dela, Rosália Maria, administradora, havia passado a noite com o namorado, José Antônio Silva. O homem foi encontrado morto dentro de um carro, e Rosália, única testemunha, passou a ser considerada suspeita. Segundo familiares, o casal estava em processo de separação, que não era aceito por José Antônio.
O inquérito foi instaurado ainda em 2012, e Rosália foi acusada de homicídio qualificado. O processo, no entanto, se arrastou por mais de uma década, marcando profundamente a vida da família.
“Para mim, não restou nenhuma opção além de cursar Direito, porque eu queria entender tudo que estava acontecendo”, afirmou Camila, que decidiu transformar o sofrimento em propósito. Ao concluir a graduação, ela não apenas entendeu os trâmites legais como também se preparou para defender a mãe diante do júri.
Após se formar, em 2021, Camila passou a trabalhar na área para adquirir experiência. Ela integrou alguns júris e, em novembro de 2024, participou do mais importante deles: o julgamento da própria mãe. A jovem foi uma das sete advogadas na defesa de Rosália Maria.
O tribunal do júri começou por volta de 8h e só foi finalizado à 1h da manhã do dia seguinte, no Fórum de Valença. Segundo Camila, a cidade compareceu em peso e diversos comércios ficaram fechados ao longo do dia. No fim, a decisão que elas esperavam há 12 anos: Rosália Maria foi absolvida. Leia matéria completa no g1.