Giro Ipiaú

Personalidades Folclóricas de Ipiaú: Zebrinha

Foto: Arquivo

Exagerado, o verso de Cazuza enquadra-lhe bem”, disse Osires Vieira Rezende (Zarú) ao referir-se ao refinado intelectual  Antonio José Pinheiro que ao mesmo tempo era o debochado  “Zebrinha”, uma figura que muita gente de Ipiaú jamais esquecerá e terá sempre uma  história a contar.  Homossexual assumido e escancarado, ícone das orgias locais, sincero, apaixonado, objetivo, sarcástico, criativo, escandaloso, demolidor, clássico e folclórico, Zebrinha era assim, em preto e branco e a cores, exagerado em todos os sentidos. Amado e admirado por muitos, temido (quando resolvia aprontar), por todos, Zebrinha escandalizou tudo e de todo o jeito.

Seus detratores eram de imediato enquadrados como homossexuais enrustidos, travestidos de machões e varões de Plutarco. Ninguém lhe escapava. Certa vez um delegado de policia, de nome Calazans, ousou lhe prender  e se arrependeu amargamente dessa audácia em nome da lei, pois sua  autoridade policial foi ridicularizada numa série de caricaturas coladas nos muros da cidade e intituladas de “Zans-Trans: o Delegado”.

As festas do Rio Novo Tênis Clube sempre acabavam com um show de Zebrinha (botas de caudilho, cachecol esvoaçante, cravo vermelho na lapela) e seu séquito depravado. Dessa maneira também acontecia nas micaretas, exposições, festejos de São Roque, nos bares, na barraca de Zé de Moraes, no Galo Vermelho  e  em tantos outros lugares da escandalizada Ipiaú dos anos 70 e 80.

Zebrinha escandalizou até depois de morto. Não queriam que seu corpo fosse velado na Casa Paroquial, pois sabiam que naquela noite de sentinela ia rolar de tudo. Seus amigos insistiram e, após um acordo com a cúpula eclesial, o velório ocorreu no local, mas somente durante o dia, antecipando assim o momento do enterro. Na hora do sepultamento Tadeu Ribeiro discursou, soltou as frangas contra o pároco de plantão.

No sobrado da Rua Siqueira Campos, esquina com o Beco de Ornellas, Zebrinha reinava absoluta. A noite zumbideira descia em aspirais sonoras delirantes, enquanto a orgia rolava solta. Lane Dale, Dzi Croquettes, Veras, Leão, João Kleber e outras celebridades se misturavam aos nativos da periferia da cidade e aos malucos da porta do cinema, um cortejo infindável de bacantes. “Deledel”, que por motivos óbvios não tinha acesso ao local do auê, ficava lá em baixo, ao pé da torre, implorando, gritando: -Joga as tranças Rapunzel, joga as tranças Rapunzel… Zebrinha respondia: “Vá embora Delendas, esse meio não te pertence…

Quando a Seleção Brasileira perdeu a decisão da Copa do Mundo de 1982 (na Espanha) Zebrinha, todo de preto, se fantasiou de “Viúva de Telê” (o treinador) e foi aprontar na Praça Rui Barbosa. Os que choravam a derrota do escrete nacional acabaram sorrindo, curtindo aquela ironia. Suzi Caramelo apelido que ele deu a “Bocão”, estava ao seu lado, valorizando a curtição, revelando-se excelente coadjuvante. Vulgaridades à parte, Antônio José Pinheiro era um extraordinário intelectual e acima de tudo uma maravilhosa figura humana.

Quando Ipiaú completou 50 anos ele promoveu no Rio Novo Tênis Clube uma exposição de artes plásticas que reuniu alguns dos mais brilhantes artistas baianos, a exemplo de Carlos Bastos, Gilson Rodrigues e Luis Jasmin. Foi uma rara oportunidade de a cidade contemplar algumas das suas obras. Seu traço, elaborado, pesquisado, anárquico,
delicado e de muito bom gosto, era fiel à sua concepção estética de sublimação do belo.

Antonio José Pinheiro (Zebrinha) foi o mais importante artista plástico de Ipiaú. “Uma perola de poesia e criatividade, refinamento e cultura. Um exemplo de Dorian Gray (personagem de Oscar Wilde) que o tempo não
teve o prazer de ver envelhecer”. Sua arte explica melhor sua existência. Dizem que não morreu, virou purpurina, rodopiou nos ares e depois  misturou-se ao pó da terra. (Giro/José Américo Castro)

Personalidades Folclóricas de Ipiaú: Veras; de milionário a mendigo

Foto: Arquivo

A extravagância era a sua marca registrada. Do mesmo jeito que tratou as celebridades que compartilharam os seus momentos de fausto, considerou os mendigos que lhe acolheram nos obscuros espaços das sarjetas. Divaldo Angelin Veras cunhou a sua imagem nos dois lados da moeda. Nunca evidenciou qualquer tipo de arrependimento e anarquizou enquanto pode. Escandalizou de todo jeito. “É necessário estar sempre bêbado. Tudo se reduz a isso”.

Repetia os dizeres do poeta inglês Charles Baudelaire como a própria afirmativa de sua existência. A história de Veras foi contada pelos mais importantes órgãos da imprensa nacional (Fantástico, Isto É, Jornal do Brasil, A Tarde), tornou-se tema de filmes e documentários, motivou debates e até estudos sociológicos. Esnobava ao dizer que tinha ensinado os cacauicultores da região de Ipiaú a gastar dinheiro. Estes nem sequer assistiram “ao formidável enterro da sua ultima quimera”. Quase foi sepultado como indigente.

“Nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do seu quarto” Veras plantou provocações. Percorreu o mundo, desfrutou luxurias, promoveu festas imensas, teve “amigos” famosos: Pelé, Fernanda Montenegro, Amália Rodrigues, Sônia Braga, Carlos Bastos, Michael Douglas, Lennie Dale, Dzi Croquettes.

Brindando com a
escritora Regina Echeverria
Morou em Nova York, tinha apartamento no Leblon, desfilou em carrões pela Avenida Paulista, trajou-se como príncipe, cortejou mulheres lindas, guapos de encomenda. Tinha aviões e era habilidoso pára-quedista. Nos psicodélicos anos 60/70 foi dono da boate Anjo Azul, point da vanguarda e fermentação cultural soteropolitana. Ali, em uma noite de muita loucura, namorou a pop star Janes Joplin a qual, tempos depois, definiu como “Feia e Fedorenta”. A roqueira estava passeando na Bahia.
Veras falava cinco idiomas, fazia poesias, colecionava obras de arte e casou-se com Popó, uma das filhas do milionário Edízio Muniz Ferreira, o maior cacauicultor individual do mundo. Nas sucessivas orgias “cheirou” toda a fortuna que fisgou. Ficou duro, mas não perdeu a ternura. Sem grana foi abandonado pelos famosos, em compensação ganhou o acolhimento dos mendigos. No Porto da Barra, em Salvador, era o único, dentre eles, que pedia esmola em inglês. Isso lhe garantia a proteção dos demais.  Dividia com todos o que recebia dos gringos.
Trouxeram-lhe de volta a Ipiaú. Não aceitou tutelas e passou a morar em um beco dos “Dez Quartos”, antigo brega da cidade. Ali bebia, fumava, atendia à malandragem, concedia entrevistas, escrevia e lia. Lia muito. Jean Ginet, Rimbaud e Baudelaire eram os seus autores prediletos.
De Baudelaire repetia: “Para não sentirdes o horrível fardo do tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar”. A escritora Regina Echeverria escreveu a biografia de Cazuza e queria fazer o mesmo em relação a Veras. A Editora Corrupio publicaria o livro. Poesias inéditas e outros relatos completariam a obra. O projeto não vingou e os originais se perderam. Vera pouco se importou com isso. A ele bastava declamar os poemas que ainda guardava na memória: “Habita em mim um ser que veste hábito.
Que prometeu sempre me levar em direção ao puro e sacrossanto, quando o meu eu pensa que não há. Espero sempre o meu, eu, velho monge, adormecer para o meu eu jovem na vida, se atirar. Se arriscando às ilusões da vida que o meu eu, velho monge, sabe que há”. Nas ilusões da vida Veras viveu seu tempo de sonhos e pesadelos e se algum dia acordou para a realidade teve imediata vontade de dormir! Morreu aos 67 anos de idade. ( Giro/José Américo Castro)

Sem grandes danos após enchente, Centro de Canoagem de Ubaitaba voltará a funcionar na próxima segunda

Foto: Divulgação
*Por Nuno Krause / Bahia Notícias

Dos males, o menor. Apesar de ter sofrido novamente com a enchente do Rio de Contas, causada pelas fortes chuvas que atingiram a Bahia entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, o Centro de Canoagem de Ubaitaba voltará a funcionar na próxima segunda-feira (16).

Segundo a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), o equipamento já teve toda a água removida de dentro. Diferente do que ocorreu em 2021, quando os danos obrigaram o local a passar por uma reforma geral, desta vez apenas um muro foi destruído. Ele será substituído por um gradio de forma provisória.

“A parede que leva mais água, quando vem a chuva, foi destruída. A prefeitura vai fazer uma contenção provisória para aguardar a reforma”, disse Camila da Conceição Lima, presidente da Federação Baiana de Canoagem (FEBAC), em entrevista ao BN.

Ela informou ainda que a segunda-feira será utilizada para recolocar os equipamentos de ginástica para os atletas, barcos, remos, etc., dentro do local. A ideia é retomar as atividades, paralisadas desde a enchente, entre terça (17) e quarta (18).

O propósito do Centro de Treinamento é iniciar crianças e jovens na modalidade esportiva e estimular a canoagem olímpica. O espaço possui garagem de barcos, deck flutuante, sala de musculação, refeitório, área de serviço, além de outros cômodos para realização de aulas e administração do local.

Personalidades Folclóricas de Ipiaú: Roberto Carlos, o tiete do rei

Foto: Giro Ipiaú

Pense num cara fanático pelo famoso cantor Roberto Carlos. Pois é, em Ipiaú tem um desses. Seu fanatismo é tanto que ele chegou a admitir trocar de nome pra ficar igualzinho ao do astro que idolatra sem nenhum acanhamento. Mas não precisou ir tão longe porque o povo providenciou lhe apelidar do jeito que queria: Roberto Carlos. E o fã vibra quando assim é chamado.

Jorge Lima Alves, 54 anos, dono de um bar e cambista do Jogo do Bicho, natural desta cidade, mais conhecido como “Roberto Carlos”, tem como principal motivo da sua existência a tietagem ao celebre artista da MPB. Conhece toda a trajetória do “Rei”, coleciona os discos, DVDs, recortes de jornais, enfim tudo que se refere ao ídolo e que está ao seu alcance.

O acervo que ele juntou ao longo do tempo, desde criança, é exposto em seu estabelecimento comercial denominado de “Detalhes Bar”, na rua Adenor dos Reis Soares, bairro Euclides Neto.

O ambiente é todo decorado com fotos, capas de discos e outras estampas do cantor. Até um exemplar do primeiro disco de Roberto Carlos, um compacto simples (com as músicas João e Maria/Fora do Tom) gravado no ano de 1959 pela Polidor, ali se encontra. Os frequentadores da casa podem ouvir o repertório completo de Roberto Carlos, assim como assistirem vídeos e filmes sobre a vida do artista. Uma réplica da certidão de nascimento do filho de seu Robertino e dona Laura Braga, é peça importante no acervo. O estabelecimento já foi motivo de reportagens de emissoras de televisão, rádios, jornais e outros órgãos da imprensa baiana.

Como não poderia deixar de acontecer, o súdito fareja as oportunidades de cortejar a sua  majestade. Sendo assim não mede sacrifícios para assistir aos shows do Rei, ficar, ao vivo e à cores, bem juntinho ao palco. Isso já ocorreu em três ocasiões. Numa delas o tiete não conteve a emoção e desmaiou.

Em outra, no dia 11 de junho de 2005, em Salvador, teve o merecimento de adentrar no camarim e ser fotografado ao lado do artista. É o seu grande trunfo, mostra as tais fotografias a todos que tocam no assunto. O que possibilitou o ingresso no cobiçado camarim foi um book que Jorge guarda com muito orgulho e que contem valiosas referências sobre o artista. A produção exibiu o trabalho a Roberto Carlos e este mostrou imediato interesse em conhecer o xará de Ipiaú.

“O Rei me recebeu com muito carinho e até parece que ficou meu fã”, garante o cambista ao lembrar dos momentos em que esteve no camarim do artista. Prosseguindo ele narra: “Após folhear o álbum, Roberto me perguntou por que eu lhe cortejava assim. Então respondi : é porque Deus criou você pra cantar e eu lhe admirar”. Roberto Carlos, o fã, afirma que nunca se esquecerá daqueles momentos de tantas emoções junto ao seu ídolo. Quando trata nesse assunto ele procura ilustrar  com a frase principal  de uma das celebres músicas do do artista. “Essas recordações me matam”. (Giro/José Américo Castro)

Personalidades Folclóricas: Charles Lima – a metamorfose ambulante

Foto: Giro Ipiaú

Dom Quixote de La Mancha e Charles Lima de Ipiaú simbolizam a presepada universal. Cada qual no seu cada qual. Muda o cenário, mas permanece o estilo. Geniais em seus delírios. Camaleônico, sempre mudando de atitudes, porém preservando o essencial do ser, singular e plural, Charles Lima é uma das mais irreverentes personagens folclóricas dessa surreal cidade baiana. Pelas ruas, praças, repartições, solenidades, atos públicos, ele “arma o barraco”, chama a atenção, provoca, argumenta, irrita e chega a afirmar que não é mesmo deste mundo. Digamos que sempre anda sobre placas tectônicas, tal a explosividade do seu ser.

No perfil multifacetário de Charles constam momentos de capoeirista, fotógrafo, detetive político, blogueiro, pastor evangélico e inúmeras outras manifestações. Ultimamente se apresenta como adepto do judaismo, com direito à longa barba, talite, quipá e um certo aspecto profético. Charles, invariavelmente é alvo de troças, mas ninguém ousa ficar na sua mira. Nem mesmo  o  vereador e ex-prefeito José Mendonça, cujo comportamento é bem parecido com o seu, quando o assunto é política. Guardando as devidas proporções, é claro. Nos períodos de campanha eleitoral, Charles provoca debates, pirraça adversários, apresenta propostas megalomaníacas e pouco convence.

Foto: Giro Ipiaú
Foi candidato a prefeito, pelo obscuro PGT (Partido Geral dos Trabalhadores), e até colheu alguns votos. Também militou no desconhecido PCO (Partido da Causa Operária), mas, nunca se inibiu em estabelecer alianças com a causa patronal. Serviu, com o mesmo fervor, ao prefeito Deraldino e ao oposicionista José Mendonça.

Nesse pula-pula adota uma ética bem sacana: “Sou igual a barata, se não comer eu melo tudo”. Quis ter uma participação mais efetiva na atual campanha eleitoral, entretanto indeferiram sua candidatura a vereador pelo PSD. Esperneou mas acabou aceitando ser cabo eleitoral de José. Vez por outra, Charles ocupa a Tribuna Livre da Câmara Municipal e detona os vereadores, o prefeito, o governador, a rainha da Inglaterra e quem tiver pela frente. É como se fosse uma metralhadora em mãos de macaco. Coisas da democracia provinciana.

Foto: Giro Ipiaú
Quando detetive, Charles Lima dizia que estava investigando ações de grupos terroristas estrangeiros contra a segurança nacional. “Eles planejavam a ocupação da Amazônia e a explosão da Usina Hidroelétrica de Itaipu”, revela.  Quando capoeirista aplicou uma rasteira num ex- vereador que acabou fraturando um braço. Em decorrência desse golpe de mestre foi condenado pela Justiça a prestar serviços comunitários.
Charles também tem seus momentos de vitima. Garante que planejaram um atentado contra a sua integridade física, mas foi rápido e se livrou da tocaia. O prejuízo ficou no campo material. As balas, supostamente a ele direcionadas, atingiram o velho fusca, equipado com um sistema de sonorização mecânica, com o qual no qual percorria a cidade propagando a sua mensagem quixotesca.  Prestou queixa na Delegacia e o veiculo ficou um tempão enferrujando no pátio do Complexo Policial.
Como pastor evangélico chegou a fundar uma igreja na periferia da cidade, entretanto o templo foi fechado pela ausência de fieis. Ninguém sabe até quando Charles pregará o judaísmo, mas é certo que um dia ele se apresentará de maneira diferente, pois prefere “ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. – ”O mundo muda e eu mudo também”, conclui o emblemático anti-herói ipiauense. (Giro/José Américo Castro)

Personalidades folclóricas de Ipiaú: Olha aqui o Bananão

Foto: Arquivo

Bananão… ô Bananão! A provocação era como acender o pavio curto de uma bomba potente. A explosão vinha de imediato numa intensidade de xingamentos, desde o clássico “é a mãe” ao radical f.d.p. Passava por gestos obscenos, pedradas e chegava ao extremo.

O provocado se despia por inteiro, exibia a semelhança, e gritava: “Olha aqui o bananão, ó! A correria era inevitável, a algazarra crescia. Os portões dos colégios, as portas e janelas das residências se fechavam, a guerra estava deflagrada. De um lado a molecada provocando em gritos, do outro Nil reagindo com raiva, demonstrando vontade de estraçalhar, garguelar, desabafar o sentimento do ego ridicularizado.

Imagem: Junier Costa

Os que, por desventura, caiam em suas garras ficavam sabendo da força que continha e do significado do ditado “o dia da caça”. Às vezes uma crise de epilepsia interrompia o furor e Anísio Souza Santos, nome pelo qual ninguém o chamava, apesar de ter sido assim batizado, ficava se contorcendo, protestando em agonia. Refeito, levantava e continuava sua jornada, caminhando a esmo, aterrorizando os meninos, reagindo aos insultos, plantando a sua história na cidade.

Alto, desengonçado, sensível, dotado de infantilidade, Nil (derivado de Anísio) costumava esboçar um sorriso que era como se estivesse acenando um gesto de paz, uma trégua na batalha cotidiana. Demorava pouco e logo alguém gritava da esquina: Bananão… ô Bananão! A batalha recomeçava com mais ferocidade, o emblemático sorriso logo dava lugar à expressão raivosa. Alvo fácil, o guerreiro insano era encurralado e atingido por pedradas, pauladas, insultos. Lesionado em seu interior Nil batia em retirada, chorando, soluçando, jurando vingança.

Foto: Arquivo

Um dia, outro “doido”, o malhado Juarez, lhe deu uma surra violenta e se sentiu herói diante dos aplausos dos estudantes. Pouco tempo depois Nil foi retirado da sua terra natal. Levaram-lhe para Salvador onde perambulava pelas ruas do bairro de São Caetano, lugar em que ninguém lhe chamava de “Bananão.

A capital tinha seus encantos, mas também oferecia muitos perigos.  Abestalhado no meio de tanto carro Nil acabou sendo atropelado e sofreu grave fratura em uma das pernas. Desde então não mais andou. De volta à Ipiaú, foi recolhido em uma casa do Bairro da Democracia sob os cuidados da sua tia Valdelice.

Há dez anos viveu entre a cama e a cadeira de rodas, quase não falava, aparentava tranquilidade, embora em sua expressão sexagenária uma pitada de ironia lembra o gesto que usava quando lhe chamavam de Bananão e parece dizer: ”ó, ó, ó aqui pra vocês! Nil morreu em 2013. (Giro/José Américo Castro)

Coelba descobre ‘gato’ em fazenda com capacidade para abastecer 1.400 casas por um mês

Foto: Divulgação

Uma fazenda em Juazeiro foi flagrada furtando energia. A carga desviada, de 165 mil quilowatt-hora, é suficiente para abastecer 1.400 casas pelo período de um mês. De acordo com a Neoenergia Coelba, uma ação em conjunto com a Polícia Civil fez a remoção do “gato” de energia na fazenda de cultivo de manga e melão, no Povoado Campo dos Cavalos.

“Neste começo de ano seguimos focados em combater as ligações clandestinas na Bahia. Destacamos que a nossa atuação independe do local ou o tamanho do empreendimento. Todos que estão furtando energia, e que sejam identificados pelos nossos profissionais, serão regularizados e estarão suscetíveis às punições previstas em lei”, destacou o gerente de Gestão da Receita da Neoenergia Coelba, Rodrigo Almeida.

A distribuidora reforça que os “gatos” representam riscos para a segurança de quem os realiza e da população. Além disso, o furto de energia prejudica o fornecimento de energia da região, podendo causar graves problemas para a rede elétrica e ocasionar a interrupção do abastecimento.

Personalidades Folclóricas de Ipiaú: João Guardinha

Foto: Arquivo

Corpo franzino, baixa estatura, uniforme engomado, quepe vistoso, coldre vazio, posição de sentido. A velha fotografia revela o personagem nos seus melhores dias. A cena foi registrada nos tempos do fusca, anos 60, 70 talvez. Ipiaú ainda colhendo os louros da gloria de ter sido escolhido município Modelo da Bahia.

Natural de Santo Antônio de Jesus, João Gomes de Sá, um sujeito extremamente pacifico, sonhava com a carreira militar e sentiu-se realizado quando o ex prefeito Juca Muniz, nos idos de 1955, lhe nomeou Guarda Municipal. Vestiu a farda, vigiou repartições, tornou-se o valente João Guardinha, calo da meninada, terror da bicharada (jegues, porcos, cachorros) que invadiam os canteiros do jardim da Praça Rui Barbosa.

Qualquer semelhança com o lendário Soldadinho de Chumbo não é mera coincidência. João entrou em cena como coadjuvante da antiga Filarmônica Alberto Pinto. Não na posição de músico, mas na condição de carregador da maleta das partituras. Ia todo compenetrado na rabada da fila, com sua fardinha de general da banda, patente que lhe foi dada pelo regente Mestre Lôla, seu padrinho e conterrâneo.

Sempre de prontidão, batendo continência para a autoridade mais próxima, foi assim que João sentou praça na Delegacia. Fez papel  de Office Boy, cumprindo mandados, transmitindo recados, realizando seu sonho de viver na caserna.

Foto: Arquivo

Vez por outra auxiliava na carceragem ou acompanhava a guarnição em alguma operação de baixíssimo ou nenhum risco. Os relevantes serviços prestados à comunidade lhe conduziram ao Departamento Municipal de Transito. Apito na boca, caneta na mão, moral elevada, o guardinha não titubeava: aplicava multas, dava broncas que nem sempre eram levadas a sério, solicitava “particulares”, conversas ao pé do ouvido.

Num certo dia intimou o prefeito Euclides Neto a “um particular”, sobre o pretexto de que o mesmo estava multado. O celebre escritor e advogado questionou a suposta infração e João Guardinha mansamente explicou: – Foi nada não doutor, apenas quero que o senhor me arranje o trocadinho do charuto”. Por mais de 50 anos João Guardinha fumou charutos que  comprava na venda de Maria do Fumo, na Rua do Sapo.

Em toda sua existência de Guarda Municipal, João disparou um único tiro. Na mira estava um cachorro que lhe atacou em plena via pública. “Desse episódio ele lembrava com bravura: – Saquei da pistola 22 e detonei”. Depois
concluía conformado: Errei o alvo e o bicho saiu correndo assustado”.

Quando João Guardinha solicitava um particular, o assuntoera sempre “o trocadinho” do charuto. Fatura consumada, sentava na porta da sua casa, na Rua da Banca, e dava boas baforadas, com pose de coronel reformado.
(Giro/José Américo Castro)

Joanito da Gráfica: “A Máquina”

Foto: Giro Ipiaú / Arquivo

A Máquina Pra Governar Ipiaú”. Com este slogan, adotado na campanha eleitoral de 1982 quando concorreu a prefeito do município, pelo PDS, o jornalista João Rocha Sales, 88 anos, mais conhecido como “Joanito da Gráfica”, imprimiu, definitivamente, seu nome no folclore político da cidade. A máquina a que ele fazia apologia não era uma locomotiva, como muitos pensam, e sim a velha impressora do memorável Jornal de Ipiaú, periódico tipográfico que circulava quinzenalmente desde o ano de 1960.

Foto: Giro Ipiaú / Arquivo

Dos quatro concorrentes à Prefeitura, naquela eleição (vencida por Hildebrando Nunes Rezende-PMDB- com 800 votos de frente), Joanito foi o menos votado. Nem por isso sentiu-se derrotado, ao contrário, caiu nas graças do povo
e cresceu no anedotário regional. Num certo comício em que dividiu palanque com Waldemar Sampaio e Miguel Coutinho, os dois outros candidatos da oposição, um cabo eleitoral se prontificou a carregar Miguel em seu cangote. O voluntario se preparava para a missão honrosa quando Joanito, entendendo ser para ele tamanha cortesia, pulou na montaria e ergueu os braços saudando a multidão. De outra vez repetiu o gesto ao avistar um rapaz que se encontrava, de cócoras, amarrando o cadarço do sapato.

Foto: Giro Ipiaú / Arquivo

A história de Joanito começa na cidade de Alagoinhas, onde nasceu. Ainda jovem trabalhou em uma tipografia e se interessou pelo jornalismo. Ralou muito até editar a sua própria gazeta. Por sua linha oposicionista “O Nordeste” foi “empastelado”, a mando do chefe político local. Contrariado com a situação, Joanito mudou-se para o sul da Bahia, estabelecendo-se em Ubatã onde fundou, em junho de 1958, o “Jornal de Ubatã”, cujo redator era Adauto Barbalho.

Dois anos depois fundou o Jornal de Ipiaú, cuja tiragem era de mil exemplares e uma equipe de colunistas do calibre de Euclides Neto, Altino Cerqueira, Edvaldo Santiago (Tatai) e Protogenes Jaqueira. Campanhas memoráveis, a exemplo da aquisição da Fundação Hospitalar, construção da arquibancada do Estádio Pedro Caetano e emancipação política de Ibirataia foram encampadas pelo Jornal de Ipiaú. Joanito vivia, então, seus melhores dias. Assistiu a Copa do Mundo, em 1974, na Alemanha, tinha fazenda, gráfica, carrão da moda (a memorável Veraneio Azul) e outros bens patrimoniais. Frequentava bordeis, rodas de coronéis, e sonhava com um cargo eletivo.

Imagem: Junier Costa

A palavra “realmente” sempre esteve presente nos discursos de Joanito. Apesar do grande entusiasmo ele nunca convenceu o eleitorado, nem mesmo quando candidato a vereador. Perdeu eleições, mas preservou a esperança. Ainda hoje acredita ser um líder carismático e não duvida das pesquisas que a cada campanha lhe apontam como o favorito a ganhar o pleito. Os responsáveis por tais previas eleitorais nem imaginam que essas brincadeiras o mantém vivo, reacendem sua honra do cidadão participativo.

Nessas ocasiões Joanito é cumprimentado, aplaudido, taxado de “poca-urna”, imbatível. Ilusão aguçada, máquina lubrificada, ele negocia, propõe conchavos, promete cargos, benfeitorias, grandes projetos. Imprime sonhos, reedita momentos que nunca existiram, mas realmente lhe fazem feliz. Abrem-se as urnas: os milhares de votos esperados
não aparecem. Sem perder a pose, argumenta que foi garfado. Pouco importa a derrota, a luta continua. Na próxima eleição estará mais forte, mais atrevido, mais Joanito. Com suas pernas compridas percorre a cidade para testar a popularidade e estimular instintos machistas. Se alguém lhe questiona a idade avançada, a resposta é repentina: “Galo véi quando perde a espora vai é de bico”. (Giro/José Américo Castro)

Personalidades Folclóricas de Ipiaú: No tempo de Joé

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Ficou proverbial. Quem lhe viu jamais esquecerá o gesto magnífico, o jeito profético, o olhar messiânico direcionado ao infinito do céu azul de Ipiaú. Seguia pela Rua Dois de Julho, depois de calibrar os sentidos com duas talagadas de “temperada” ferrada com jurubeba Leão do Norte. Era a medida exata para cutucar lembranças e despertar a oratória. “Naquele tempo”, discursava com voz tremula, evocando momentos marcantes da sua existência e trazendo fatos importantes da História do Brasil.

O povo lhe chamava de Joé. Nasceu em Santa Rita do Rio Preto, perto da cidade da Barra, na região do médio São Francisco. Morou em Lençóis, na Chapada Diamantina, foi garimpeiro, assistiu tiroteios comandados pelo lendário coronel Horácio de Matos, donatário daquela região. Fugiu do barulho, andou centenas de léguas, beirando o Rio das Contas, até chegar em Rio Novo. Lhe disseram que na terra do cacau poderia  ficar rico. Tal sorte não lhe contemplou. Cá também tinha coronéis e jagunços. O cobiçado fruto de ouro estava longe do seu alcance, do mesmo jeito que os reluzentes diamantes. “Naquele tempo…oh naquele tempo”, repetia a frase  em cada parada pela Rua Dois de Julho.

Foto: Arquivo
Cambaleante, apurava as vistas por detrás das grossas lentes (fundo de garrafa) dos óculos com aro de tartaruga e seguia em frente. Adiante, na Praça Rui Barbosa, nova parada, repetição dos gestos, instruções no discurso: “Pensai, Recordai, Maginai… Em sua mente vinham flashes do Estado Novo, da CLT( Consolidação das Leis do Trabalho), de golpes militares e resistências democráticas. Buscava lideranças carismáticas: “Getúlio Vargas, ó Getúlio Vargas….Tropeçava, se erguia, exibia um retrato do ditador e emendava: “Aquela Carta” No centro da praça encarava o busto, em bronze, do celebre jurista baiano. Balançava a cabeça e, talvez descobrindo coincidências, trazia o nome do então prefeito: “Dr. Oclides, Dr. Oclides Teixeira Neto!”.
Joé era meio acaboclado, de estatura baixa, cabeça chata, tipicamente nordestino. Torcia pelo Independente, apreciava trovadores, se encantava com o circo, divertia-se com os palhaços, afogava as magoas na cachaça. Deu muito duro no garimpo, derrubou matas, foi trabalhador rural, leiteiro, aguadeiro, vendedor de pão e serviçal de recados. Tinha a visão comprometida pela catarata e tudo que desejava era  “um par de óculos para enxergar de perto” e a oportunidade de  voltar à  terra natal.
O dourado do sol poente se espalhava no horizonte, a oeste, em direção ao berço dos cristais, distante ninho dos diamantes. Sua luz refletia além, nas barrancas do São Francisco. O velho garimpeiro já tinha corrido as sete freguesias, derramado torrentes de lagrimas, emborcado o copo da “saideira”. A Voz de Rio Novo, serviço de alto falante da cidade, anunciava a hora da Ave Maria:-Cai a tarde tristonha e serena…-. Antes de se recolher ao quartinho modesto, nos fundos da casa de dona Bijuca, na Rua Floriano Peixoto, Joé apontava para o firmamento e declamava : “Deus, ó Deus, criaste o céu, as estrelas, a lua! Tanta beleza fizeste !”. O sino saudoso da velha igreja “murmurava badaladas” enquanto o errante filosofo ajoelhado  rogava   :”tende piedade deste pobre ébrio”. Joé levantava, enxugava as lágrimas, aprumava os passos e novamente  trazia a clássicarecomendação:”Pensai!Recordai! Maginai! Naquele tempo Ipiaú era uma cidade pequena e tranquila.( Giro/José Américo Castro)

Personalidade Folclórica de Ipiaú: Tonha Doida, ancestralidade tribalista

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Morava sozinha em um casebre na beira do rio das Contas, imediações da praça Salvador da Matta e tinha traços de africana legitima, deve ter vivido 100 anos e  chamavam-lhe de “Tonha Doida”. Invariavelmente usava um torço de pano branco escondendo a carapinha, e resmungava palavras que se referiam  aos tempos do cativo. Coisas que talvez tenha ouvido dos ancestrais vitimas das crueldades da escravidão.

Mascava fumo, pitava um tibero e bebia temperada (cachaça com folhas em infusão), cujo efeito lhe fazia gargalhar, ensaiar passos tribais, resmungar e cantarolar em um dialeto desconhecido.

Até o final de década de 1960 e nos primeiros anos da década de 1970 “Tonha” era figura muito popular nessa região da cidade. Apesar de ser  querida por todos, não deixava de ser pirraçada pela molecada. Nos seus momentos de lucidez prestava serviços às famílias das proximidades. Limpava quintais, pilava café, fazia faxinas e em troca ganhava um prato de comida ou mesmo algum dinheiro.

Dentre seus pontos prediletos estava a venda de Jolinda, junto à Padaria de Antonio Morais, pai de Zé Morais. Resgatar a memória de “Tinha Doida” é revisitar Ipiaú em um dos seus períodos mais singelos, quando todos se conheciam e viviam intensamente. O casebre de Tonha se localizava nas proximidades da Pousada Aquarius.(Giro/José Américo Castro)

Personalidades Folclóricas de Ipiaú: Saci em arrotos de valentia e piruetas com a muleta

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A condição de folclórico se revela no apelido adquirido ainda na infância. Tinha apenas seis anos de idade quando foi vitima de ofidismo e em decorrência disso amputaram a sua perna esquerda. O veneno da cobra jaracuçu, cabeça de patrona, decerto lhe invadiu a alma, deixando graves sequelas, dentre elas forte dose de presepada. Tirado a valente, conversador, encrenqueiro, arruaceiro, mas de boa índole, Saci era assim.  Com sua muleta fazia piruetas, jogava capoeira, nadava nas enchentes do rio, desafiava brabos e tinha hospedagem garantida no xadrez da Delegacia de Policia. Muitas vezes, após um apronte no brega dos Dez Quartos, atravessava a Praça dos Cometas e
acordava o carcereiro Nezinho gritando: “Abre a porta que lá vai eu”.

O bicho pegava quando Saci misturava maconha com cachaça e bancava o maioral. Tirava uma de tranca rua, dançava o frevo na frente do trio elétrico, rodopiava a muleta afastando o povo e roubando a cena dos artistas. Seu exótico figurino variava do tipo fazendeiro, com chapéu preto de abas largas e fita na cintura, ao estilo militar, com a farda do Tiro de Guerra que lhe dava semelhança de ex-combatente ou mesmo de guerrilheiro improvisado. Uma pequena cabaça contendo rapé completava a indumentária. Sonhava em ser policial e chegou à condição de vigia de prédios públicos.

Sua fama de valente cresceu quando evitou que o prefeito José Motta Fernandes fosse massacrado em Jequié durante um jogo de futebol da seleção local com o escrete de Ipiaú, pelo Campeonato Intermunicipal, nos idos dos anos 60. No meio da briga generalizada entre as duas torcidas, os agressores recuaram diante dos golpes da sua muleta.

A partir de então Zé Motta ficou lhe devendo favor e retribuiu dando-lhe atenção e o emprego de segurança. No computo geral Saci apanhava muito mais do que batia. A sua coragem se resumia em não correr da briga.

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Trabalhar sempre foi um forte de Saci. Na juventude foi aguadeiro e vendedor de areia extraída no leito do Rio de Contas. Tinha uma tropa de jegues com a qual transportava a areia até os prédios em construções, contribuindo assim com o desenvolvimento da cidade.

Em seu lazer constavam incursões na zona boemia e na jogatina. No bar, no baralho, nunca deixava de contar farromba. As presepadas se estendiam em outras façanhas. Uma vez tomou um banho de sangue de galinha e adentrou num boteco, bradando: “Acabei de despachar um e tô com vontade de matar outro”. Quem não lhe conhecia entrava em pânico. De outra feita, no cemitério, apontou para o tumulo de um valentão e
disse: “Esse aqui deu sorte porque quem ia matar ele era eu”.

”Sai de baixo lá vem Saci”. A meninada corria ao primeiro sinal de alerta, enquanto o homem da muleta cruzava a rua pronunciando frases delirantes, arrotando valentia, escondendo sua essência de boa pessoa, traumatizada pelo veneno da cobra, pela amputação da perna. Nesses momentos devia se lembrar de quando era tão somente o garoto Laudení José dos Santos, morador de uma roça no município de Dário Meira. (Giro/José Américo Castro)

Personalidades Folclóricas de Ipiaú: Ripa, o enigmático artista dos barrancos

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“A contracultura avançava com suas efervescentes ramificações, a exemplo do tropicalismo, quando deram por conta, na região de Ipiaú, da figura exótica de Ripa, um negro octogenário, truculento e fisicamente saudável que diziam ser louco. Quando bebia umas pingas Ripa aprontava cenas que atemorizavam as pessoas das cidades onde passava. Nos comentários sobre os personagens da rua, sua figura é sempre evocada”, as citações são do escritor e cineasta Lula Martins, em seu livro “Mágicas Mentiras”, e trazem a lembrança de uma antiga personalidade folclórica da região. Muita gente ainda recorda de Ripa, com seus trajes ancestrais e um jeito de realeza africana, caminhando pelas ruas de Ipiaú. Metia medo e ao mesmo tempo fascinava.

Dizem que era tropeiro antes de escolher a vida errante e mística. Com a primeira função estavam relacionados os gritos que dava ao cruzar os arruados e veredas. Já o misticismo provem das abstratas figuras pictóricas que esculpia nos barrancos e pedras que margeavam o antigo traçado da rodovia Ipiaú-Jequié. Seu instrumento nessa arte era um pedaço de facão.

Primitivo, Ripa dormia em cavernas e nas noites de lua cheia cantava tiranas junto à uma fogueira. Seu jeito excêntrico chamou a atenção do cineasta Lula Martins que produziu um documentário de curta metragem tendo como tema a sua arte e sua vida. Nessa ocasião o cineasta descobriu que o verdadeiro nome de Ripa era Teotônio Bispo dos Santos e que ele havia dito que nos painéis que esculpia estavam escritas as palavras de Deus.

Do cartaz do documentário de Lula Martins colhemos a foto de Ripa. A trilha sonora desse documentário que foi exibido na Jornada de Curta Metragem da Bahia (produzida por Guido Araújo) é da autoria do famoso percussionista Djalma Correia. (Giro/José Américo Castro)

Personalidades Folclóricas de Ipiaú: Néia do Tempero

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Foi no grito que Jucineia Queiroz dos Santos, a “Néia do Tempero”, entrou para o seleto clube das personalidades folclóricas de Ipiaú. “Olha o tempero… olha o tempero freguesa… Assim, há 11 anos, ela merca nas ruas da cidade o produto que garante a sua sobrevivência e o sustento das três filhas menores.

O tempero verde (alface, coentro, cebolinha e outras verduras) vem da Horta Comunitária, é conduzido numa galeota e lhe rende até R$200,00, de comissão, por semana. A batalha começa às seis horas estendendo-se durante boa parte do dia.

Nessa rotina encontra amigos, incompreensões e concorrência, sendo esta cada vez maior. O jeito de anunciar a mercadoria não tardou a ser imitado, mas ninguém conseguiu superar a sua firmeza no grito. : “A original sou eu”, assegura.

Foto: Divulgação

Como tudo começou, ela lembra: “Tava empurrando o carrinho cheio de tempero e não aparecia comprador. Olhei pros quatro cantos da praça e gritei forte: olha o tempero freguesa… Quando a garganta dói, a marcadora cura com chá de romã. “Gargarejo de noite e no outro dia estou boa”.

Moradora da Segunda Travessa Adenor Soares, no Bairro Novo, “Néia do Tempero”, tem um jeito atrevido de ser. Não leva desaforo pra casa e está sempre com uma resposta na ponta da língua.

Um dia na Rua da Batateira, um homem reclamou que os gritos de Néia estavam lhe perturbando o sono. Não tardou a ouvir: – “Tá achando ruim, então me dá um serviço melhor”. De outra vez a reclamação partiu do prefeito Deraldino que do alto da sua residência no Bairro da Conceição, bradou: “Êta mulher zuadenta! Veio o troco: – O senhor reclama aí de cima porque tem tudo nas mãos, mas eu tenho que buscar meu ganha pão é no grito”. Depois disso o então prefeito ficou freguês da mulher do tempero.

É assim no grito que Neia vem ganhando a vida, criando as filhas, fazendo história. Ao lhe entrevistar perguntei :  Qual é o tempero da vida? E ela, cheia de sabedoria, respondeu: – O tempero da vida é o Amor. (Giro/José Américo Castro)

Personalidades Folclóricas de Ipiaú: Êpa Êpa, olha o pão!

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Êpa êpa olha o pão, êpa êpa olha o pão… Assim ele ia de casa em casa entregando o pão à sua freguesia que garantia o consumo de 1.500 pães diariamente. O marketing era tão eficaz que substituiu seu próprio nome. Se perguntassem por Antônio Ferreira da Silva, ninguém em Ipiaú, com exceção dos seus familiares, saberia dizer quem era. Mas quando se falava em “Êpa Êpa” toda a cidade garantia ser aquele velhinho que de casa em casa entregava o pão. Foram 35 anos, vendendo pão. A mercadoria ia num carrinho de mão.

“Homem simples e de bom coração, fez parte do cotidiano de muitas famílias, pois todos conheciam seu chamado, e de maneira ecologicamente correta, todos pegavam suas vasilhas ou “bornais” para comprar pães devidamente escolhidos por ele”, recorda um dos seus fregueses. Era natural de Itaquara, gerou muitos filhos que lhes deram dezenas de netos, bisnetos… Deu anel de formatura a alguns dos seus descendentes e tinha a honra de dizer que nunca mentiu. Contava histórias de viagens ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Mato Grosso, Salvador, São Paulo, onde visitava filhos e parentes.

”A sua maneira, mostrou-se um homem de fé”. Teve um filho assassinado barbaramente, sofreu muito por isso, mas não perdeu o ritmo do trabalho que lhe fez honrado que lhe garantiu lugar seguro na historia de Ipiaú. Morreu aos 95, deixando boas lembranças.

NOME DE RUA

Foto: Arquivo

Na Sessão Ordinária realizada no dia 28 de junho de 2012 pela Câmara Municipal de Ipiaú, o Plenário aprovou ,em “Acordo de Lideranças”, o Projeto de Lei nº 058/2012, da autoria do vereador Nena Passos -PSC- que dá o nome de “Êpa Êpa”, à uma das ruas do Bairro Aloísio Conrado, nesta cidade. Trata-se de uma justa homenagem e o reconhecimento ao trabalho que um grande homem fez por Ipiaú. (Giro/José Américo Castro)

Personalidades folclóricas de Ipiaú: A irreverente Maria do Fumo

Foto: Giro Ipiaú

Com mais de 50 anos de atividades no comercio de Ipiaú, dona Maria de Lurdes Morais Moreira, 71 anos, se tornou famosa pela comercialização do produto conhecido como fumo de rolo. Graças a isso ganhou o apelido de “Maria do Fumo”, com o qual passou a ser identificada e entrou definitivamente no folclore da cidade. Sua história é de superação e sempre esteve pautada na força do trabalho, mas também encontra na irreverência um jeito especial de ser. Desbocada, descolada, presepeira, dona Maria propaga : “Eu meto fumo no povo”.

Pernambucana de São Bento do Una, Maria do Fumo passou por muitas dificuldades na vida. Foi retirante da seca, dormiu em baixo de uma loca, armou arapuca para capturar passarinho e se alimentar, pegou em foice, machado, estrovenga, labutou de todo o jeito, desde os 10 anos de idade. Do seu currículo também consta a função de propagandista e vendedora de folhetins da literatura de cordel.

Foi vendendo, nas feiras livres nordestinas, os romances do “Pavão Misterioso”, “A Filha que Bateu na Mãe e Virou Cachorra”, “A Chegada de Lampião no Inferno”, dentre outros títulos do gênero, que juntou dinheiro suficiente para adquirir uma casa, a qual depois trocou por sete toneladas de fumo de rolo. Fretou um caminhão e transportou a carga até Ipiaú. O povo da zona rural comprava fumo fiado e pagava com lenha e carvão das matas derrubadas para o plantio de roças de cacau, daí ela dizer que ajudou a abrir muitas fazendas na região.

Com fibra e coragem, dona Maria meteu a mão na massa, fez tijolos, telhas, e construiu, nesta cidade, a sonhada casa própria. Com o correr do tempo o seu ponto de venda, na Rua do Sapo, ganhou dimensão de loja, a “Força Total”, onde se pode encontrar uma infinidade de itens populares. Ervas medicinais, defumadores, pembas, infusões, artesanatos, etc.., superlotam a prateleiras. Também não falta a sua marca registrada; o famoso fumo de rolo.

Explicando como mete o fumo no povo, Maria diz: “Meto o fumo no povo, pela venta, pela boca e pela bunda. Pela venta com o pó de rapé; pela boca com o cigarro e pela bunda como remédio para hemorroidas”.

*José Américo Castro  / Giro Ipiaú

Personalidade Folclórica: Astrogildo, o homem do avião

Foto: Arquivo Giro Ipiaú

O sonho de Ícaro, imortalizado pela mitologia grega e o grande feito de Santos Dumont, foram parcialmente reeditados em Ipiaú, no ano da graça de 1970. O protagonista da fantástica história foi o dublê de mecânico e protético, Astrogildo Andrade Santos. Ele que se dava ao luxo de inventar engenhocas que lhe proporcionaram fama e lhe projetaram para a galeria das personalidades folclóricas da cidade.

Certa vez decidiu voar, contemplar das altitudes a deslumbrante paisagem do vale do Rio das Contas, sem se importar com as contas que isso lhe custaria. Nesse sentido passou a segunda metade dos anos 60, do Século XX, dividindo seu precioso tempo entre a produção de próteses de dentaduras (tipo pererecas) e a execução do projeto de uma aeronave.

A construção do famoso helicóptero se deu em uma oficina mecânica que ele havia improvisado em uma olaria próxima à Rua do Emburrado. A armação era de alumínio e um gerador em motor contínuo, fato que dispensava os combustíveis convencionais, se convertia no coração da máquina.

Foto: Arquivo Giro Ipiaú

A “astronove”, ou seja, o “avião de Astrogildo” começou a ser alvo de comentários. O povo acompanhava de perto cada sequência do grande invento e os ventos levaram a noticia para lugares distantes. “Oropa”, França e Bahia, o assunto corria mundo.

Após gastar o correspondente ao preço de um carro novo, Astrogildo apresentou a sua invenção no Parque José Thiara. A nave se tornou a grande atração da Exposição Agropecuária de 1970. O primeiro voo foi anunciado. A decolagem seria a partir do areão dos Dez Quartos, à margem do Rio das Contas. Uma multidão compareceu ao local e a engenhoca foi movimentada, ganhou velocidade e depois parou. Parou por quê? Astrogildo disse que a Petrobrás, não permitiu. Talvez a empresa estatal temesse a concorrência, já que a astronave era movida com outro tipo de energia. Frustrava assim o sonho do nosso Ícaro.

A noticia foi divulgada no jornal A Tarde e, conforme contou Astrogildo, engenheiros estrangeiros (americanos, japoneses), tentaram convencê-lo a vender a tecnologia desenvolvida na sombria olaria do Emburrado. Até insistiram para que o modesto inventor deixasse Ipiaú e ingressasse nas suas equipes multinacionais. Perderam tempo. O bairrismo falou mais alto e o criativo Astrogildo preferiu continuar com a missão de fazer dentaduras, garantir sorrisos e mastigações às bocas banguelas dos seus conterrâneos. O avião permaneceu durante muitos anos no local onde foi construído. As crianças que moravam nas imediações iam até ele e pilotavam seus sonhos e fantasias pelos céus da imaginação.  (Giro/José Américo Castro)

Personalidades Folclóricas de Ipiaú: Clarice do Mingau

Foto: Giro Ipiaú

A comerciante Clarice Souza Santos, popularmente conhecida como “Clarice do Mingau”, denominação adquirida em  decorrência da sua tradição de comercializar o nutritivo produto, é uma das personalidades mais queridas de Ipiaú. Diversas gerações reconhecem o seu valor e não são poucas as homenagens que lhe prestaram e continuam prestando. Até a Câmara de Vereadores expressou esse reconhecimento lhe concedendo a “Medalha Altino Cosme Cerqueira”, a mais importante honraria do município.

Trabalho, bondade e honestidade caracterizam a sua história de vida
Foto: Giro Ipiaú
 
Clarisse iniciou sua trajetória comercial, ainda criança, vendendo doces na porta da Escola Celestina Bittencourt. Depois lhe arrumaram um cantinho no Ginásio de Rio Novo, onde passou a vender o mingau (de milho e tapioca) que lhe deu boa fama  e muito contribuiu para que entrasse definitivamente no folclore da cidade. Hoje a sua barraca na Praça Rui Barbosa (a mais central de Ipiaú ) é um referencial de boa acolhida e satisfação para todos que ali chegam. Ponto de encontro dos que acordam cedo, espécie de pronto socorro para os famintos que perambulam na madrugada ipiauense, lugar aconchegante onde “rola bom papo” e tem sempre uma novidade. O espaço também tem a sua história. Um ex-prefeito fanfarrão, sem nenhum conhecimento das tradições ipiauenses tentou excluir a Barraca de Clarice do cenário da praça. A população reagiu de imediato, expurgou o intento, mostrou que ela acumula generosidade e é patrimônio do município.
“E quanta gente a quem ela vendia fiado. Hoje tá de anel no dedo, é doutor é deputado”. É isso mesmo. A frase da canção (Maria do Colégio da Bahia) do genial Tom Zé, expoente do movimento tropicalista, define a relação de Clarice com as celebridades. Empresários, fazendeiros, médicos, advogados, atletas, artistas e políticos, dentre os quais o ex-ministro Waldeck Ornellas, a senadora Lidice da Mata (da qual é amiga e entusiasmada cabo eleitoral), o médico cardiologista Jadelson Andrade e o cantor Luiz Caldas se nutriram com o seu  famoso mingau que também alimenta aos anônimos, os viajantes, os guardas noturnos, os mendigos  e tantos, tantos  outros que um dia passaram pela cidade de Ipiaú ou aqui residem. Todos eles guardam Clarice, esse anjo bom da madrugada,   na mais reconhecida das lembranças. (Giro/José Américo Castro)

Cantor Xanndy Souza vem se destacando no mundo do arrocha

Foto: Divulgação

Natural de Itagibá, o cantor Xanndy Souza vem se destacando nos últimos dias com seu mais novo lançamento, o CD Imprevisível, que está disponível em todas plataformas digitais (sua música e youtube ). O artista também aposta na sua nova música de trabalho “Você Pensou” que vem sendo referência para os fãs.

Foto: Divulgação

Xanndy conta que tem grandes projetos para o ano de 2023, juntamente com seu empresário Dueineson e assessor Luander. “Sempre fui muito apaixonado pela música, cantar sempre foi meu grande sonho, e hoje eu agradeço primeiramente a Deus, minha família e meus fãs que sempre acreditaram no meu trabalho”.

Em reconhecimento ao seu belo trabalho, Xanndy Souza vem fazendo shows com grande frequência. Com mais de meio milhão de Plays em todas as plataformas digitais e de divulgação o itagibense é mais um grande nome do arrocha no momento. Contatos para Shows: (73)98172 9157 / 98168 8058.

Morador do loteamento Bom Jardim pede patrolamento em área intransitável

Foto: Redes Sociais

Dentre os inúmeros problemas que a Prefeitura Municipal de Ipiaú precisa resolver com urgência nesse período pós enchente dos rios e fortes chuvas, tem o que motiva reclamações entre os moradores do Loteamento Bom Jardim. Eles alegam que uma enorme valeta tem impedido o acesso de veículos ao local e com isso gerado muitos transtornos a todos. Os moradores também reclamam da coleta de lixo que mesmo em tempo seco não acontece no local, obrigando-os a andar até outros pontos para depositar os resíduos.

O morador de prenome Ramon enviou fotos ao GIRO mostrando a situação do acesso ao loteamento. Ele aponta uma enorme poça como barreira do acesso de veículos. Nem carro, nem moto se arrisca a passar. “Teve uma moto que veio entregar a feira de uma pessoa e não pode passar, mesmo com três dias sem chuva. Quando chove é mais complicado ainda”, destaca o morador, que aguarda providências da prefeitura. (Giro Ipiaú)

Carro capota às margens da BA-650, trecho entre Ipiaú e Ibirataia

Foto: Giro Ipiaú

Um automóvel capotou  às margens da BA-650, trecho entre Ipiaú e Ibirataia. Até por volta das 07h desse sábado (14), o veículo permanecia na localidade entre o antigo Cetan e o Campo do Ceará. A reportagem do GIRO esteve no local, no entanto, não foi encontrada nenhuma vítima.

Foto: Giro Ipiaú

Suspeita-se que o carro seguia sentido Ibirataia, quando o condutor, ainda não identificado, teria perdido o controle da direção do veículo, após uma curva, e capotado. Não há informações de feridos e se o acidente ocorreu no período da noite ou início da manhã desse sábado. (Giro Ipiaú)

Maria prestigia abertura da segunda etapa do “Capacita Ipiaú”

Prefeita cumprimenta Alessandro Macedo

Com a presença da prefeita Maria das Graças, teve início na manhã desta sexta-feira, no Salão do Centro Pastoral Padre Xavier, no Bairro da Conceição, a segunda etapa do “Capacita Ipiaú”, um projeto idealizado pela prefeita Maria das Graças com o intuito de qualificar ainda mais o servidor público municipal no exercício das suas funções.

Nesta etapa do projeto acontece o curso “Imersão na Nova Lei de Licitações e Contratos”, com o objetivo de aprimorar os conhecimentos dos servidores para a nova lei de licitações e contratos, a Lei nº 14.133/2021, que passará a vigorar a partir do próximo dia 1º de abril. Este curso vem sendo ministrado pelo Auditor Estadual de Controle Externo do TCM/BA e Diretor de Assistência aos Municípios, Alessandro Macedo.

Alessandro Macedo ministrou o curso

A nova lei traz mudanças relevantes tanto para as empresas que participam das licitações, que passam a contar com mais transparência, agilidade e menos burocracia no processo licitatório, como também para os órgãos que abriram a licitação, que passam a ter mais segurança no fiel cumprimento das obrigações contratadas. As medidas necessárias para a aplicação da Lei nº 14.133/2021 estão no topo da pauta dos Municípios.

A Lei 14.133/2021 extinguiu o Convite e a Tomada de Preços e, por sua vez, passou a incorporar o Pregão, bem como criou o Diálogo Competitivo, por meio do qual as contratações de obras, serviços e compras são precedidas de diálogos entre a Administração Pública e os licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos.

Esta última modalidade tem como intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às necessidades públicas, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos.

Curso reuniu dezenas de servidores 

O curso, com a carga de 16 horas e participação de 136 servidores de Ipiaú, dentre os quais secretários, procurador, controlador, pregoeiro e fiscal de contrato, prossegue neste sábado, 14. As responsabilidades de cada um dos servidores foram bem definidas pelo palestrante no primeiro dia da capacitação, organizada conjuntamente pela Procuradoria, Controladora e Secretaria de Administração e Planejamento.

Na primeira etapa do projeto Capacita Ipiaú, a Prefeitura Municipal promoveu o Curso de Sistema Único Integrado de Execução Orçamentária, Administração Financeira e Controle – SIAFIC- com o objetivo de assegurar a transparência da gestão fiscal do município e foi avaliado como muito positivo pelos 150 servidores municipais que dele participaram. (José Américo Castro- ASCOM/Prefeitura de Ipiaú)

Itabuna: Mula morre eletrocutada em área verde próxima a prefeitura

Foto: Redes Sociais

Uma mula morreu nesta sexta-feira (13), na Avenida Princesa Isabel, nas proximidades da prefeitura de Itabuna. O animal recebeu uma descarga elétrica após pisar em fios de alta tensão que estavam soltos em uma área verde. Segundo a Neonergia Coelba, distribuidora de energia da região, a mula foi eletrocutada devido à ligação clandestina de energia.

O dono do animal morto, o trabalhador rural Valdinei Silva dos Santos, de 28 anos,  contou ao Blog Verdinho Itabuna, que no momento do acidente ele estava montado na mula e disse que sentiu a descarga elétrica, pulando imediatamente do animal. Segundo ele, o equino morreu na hora.

A distribuidora reforçou que a prática é ilegal e pode provocar prejuízos ao fornecimento de energia e à segurança da população. As denúncias podem ser feitas de forma anônima através do telefone 116 ou pelo site da Neoenergia Coelba, na parte de Serviços, aba Denúncia de Irregularidade. O corpo do animal foi retirado do local por uma equipe da Prefeitura de Itabuna, informou o G1.

Ibirataia: Criminosos atiram em homem e tocam fogo no carro da vítima

Foto: Redes Sociais

Uma tentativa de homicídio foi registrada na tarde dessa sexta-feira (13), na localidade conhecida como “Pico”, no bairro AABB, em Ibirataia. De acordo com o Blog Ocorrência Policial, a vítima é conhecida popularmente como “Léo Seco”. Ainda conforme as informações, o homem foi baleado na região do quadril, sendo socorrido para a Fundação Hospitalar da cidade, de onde seria transferido para o Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié. Os tiros foram disparados por criminosos que em seguida atearam fogo no carro da vítima e fugiram por um matagal. Não foi informado quantos homens participaram da tentativa de homicídio. A Polícia Civil investigará a autoria e motivação dos crimes. (Giro Ipiaú)

Beber água retarda o envelhecimento e previne doenças, diz estudo

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Estudo publicado na revista eBioMedicine revela que beber água em quantidades recomendadas e manter-se hidratado ajudam a retardar o processo de envelhecimento nos seres humanos e previnem doenças crônicas. A pesquisa foi feita pelo National Institutes of Health (NIH), dos EUA.

A hipótese foi inspirada por estudos anteriores com camundongos nos quais a restrição de água ao longo da vida, aumentando o sódio sérico em 5 mmol/l, causou alterações degenerativas e encurtou a vida do roedor em seis meses, o que corresponde a cerca de 15 anos da vida humana. O levantamento atual envolveu cerca de 15,7 mil participantes entre 45 e 66 anos e acompanhamento por 25 anos.

A avaliação demonstrou que o nível de sódio no sangue era maior entre pessoas que não se hidratavam bem. Os cientistas concluíram que pessoas cujo sódio sérico na meia-idade excede 142 mmol/l têm maior risco de serem biologicamente mais velhas que suas idades cronológicas (50%), desenvolver doenças crônicas (39%) e morrer mais jovens (21%).

“Como a diminuição da hidratação é um dos principais fatores que elevam o sódio sérico, os resultados são consistentes com a hipótese de que a diminuição da hidratação pode acelerar o envelhecimento. Pesquisas mostram que mais de 50% das pessoas não bebem as quantidades recomendadas de líquidos.  O estudo, porém, não especificou qual volume de água é recomendado por dia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta beber ao menos dois litros por dia. *As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.