Êpa êpa olha o pão, êpa êpa olha o pão… Assim ele ia de casa em casa entregando o pão à sua freguesia que garantia o consumo de 1.500 pães diariamente. O marketing era tão eficaz que substituiu seu próprio nome. Se perguntassem por Antônio Ferreira da Silva, ninguém em Ipiaú, com exceção dos seus familiares, saberia dizer quem era. Mas quando se falava em “Êpa Êpa” toda a cidade garantia ser aquele velhinho que de casa em casa entregava o pão. Foram 35 anos, vendendo pão. A mercadoria ia num carrinho de mão.
“Homem simples e de bom coração, fez parte do cotidiano de muitas famílias, pois todos conheciam seu chamado, e de maneira ecologicamente correta, todos pegavam suas vasilhas ou “bornais” para comprar pães devidamente escolhidos por ele”, recorda um dos seus fregueses. Era natural de Itaquara, gerou muitos filhos que lhes deram dezenas de netos, bisnetos… Deu anel de formatura a alguns dos seus descendentes e tinha a honra de dizer que nunca mentiu. Contava histórias de viagens ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Mato Grosso, Salvador, São Paulo, onde visitava filhos e parentes.
”A sua maneira, mostrou-se um homem de fé”. Teve um filho assassinado barbaramente, sofreu muito por isso, mas não perdeu o ritmo do trabalho que lhe fez honrado que lhe garantiu lugar seguro na historia de Ipiaú. Morreu aos 95, deixando boas lembranças.
NOME DE RUA
Na Sessão Ordinária realizada no dia 28 de junho de 2012 pela Câmara Municipal de Ipiaú, o Plenário aprovou ,em “Acordo de Lideranças”, o Projeto de Lei nº 058/2012, da autoria do vereador Nena Passos -PSC- que dá o nome de “Êpa Êpa”, à uma das ruas do Bairro Aloísio Conrado, nesta cidade. Trata-se de uma justa homenagem e o reconhecimento ao trabalho que um grande homem fez por Ipiaú. (Giro/José Américo Castro)