E o gigante tombou na senda da existência. Tinha algo de Atlas, o titã, e muitas vezes se mostrava como o próprio Rei Zulu, com sua nobreza tribal, pelas ruas de Ipiaú. Perambulando, aprontando, filosofando, aplicando pegadinhas, confirmando que “o doido vê a vida pelo ponto de vista original”, ele resistiu com bravura àquele suplício, mas, por não ser eterno, tombou! Não suportou o peso que lhe impuseram. Sexta Feira da Paixão, dia 18 de abril de ano de 2014, após algum tempo internado no Hospital do Estado (HGI), Jeremias Almeida Oliveira, o descomunal “Jeré”, expirou.
Saía da cena do cotidiano da cidade mais uma personalidade folclórica. Agora é só história, memória. “Cadê a liberdade de imprensa Zé? Perguntava toda vez que me encontrava. Eu tinha que admitir que a tal liberdade continuasse engessada e restrita, devido ao comprometimento da mídia com os interesses de grupos empresariais e de políticos que insistem em camuflar a verdade nas emissoras subvencionadas com verbas públicas.
Grande Jeré, figuraça! Jorge Camafeu o descreveu com precisão:- corpanzil de negro estivador, calção abaixo da linha da cintura, peito desnudo, lábios avermelhados, brasas vivas’. Lambada de serpente, tal qual cantava na “noite fria, tempo quente”. (José Américo Castro / GIRO)