Pense num cara fanático pelo famoso cantor Roberto Carlos. Pois é, em Ipiaú tem um desses. Seu fanatismo é tanto que ele chegou a admitir trocar de nome pra ficar igualzinho ao do astro que idolatra sem nenhum acanhamento. Mas não precisou ir tão longe porque o povo providenciou lhe apelidar do jeito que queria: Roberto Carlos. E o fã vibra quando assim é chamado.
Jorge Lima Alves, 54 anos, dono de um bar e cambista do Jogo do Bicho, natural desta cidade, mais conhecido como “Roberto Carlos”, tem como principal motivo da sua existência a tietagem ao celebre artista da MPB. Conhece toda a trajetória do “Rei”, coleciona os discos, DVDs, recortes de jornais, enfim tudo que se refere ao ídolo e que está ao seu alcance.
O acervo que ele juntou ao longo do tempo, desde criança, é exposto em seu estabelecimento comercial denominado de “Detalhes Bar”, na rua Adenor dos Reis Soares, bairro Euclides Neto.
O ambiente é todo decorado com fotos, capas de discos e outras estampas do cantor. Até um exemplar do primeiro disco de Roberto Carlos, um compacto simples (com as músicas João e Maria/Fora do Tom) gravado no ano de 1959 pela Polidor, ali se encontra. Os frequentadores da casa podem ouvir o repertório completo de Roberto Carlos, assim como assistirem vídeos e filmes sobre a vida do artista. Uma réplica da certidão de nascimento do filho de seu Robertino e dona Laura Braga, é peça importante no acervo. O estabelecimento já foi motivo de reportagens de emissoras de televisão, rádios, jornais e outros órgãos da imprensa baiana.
Como não poderia deixar de acontecer, o súdito fareja as oportunidades de cortejar a sua majestade. Sendo assim não mede sacrifícios para assistir aos shows do Rei, ficar, ao vivo e à cores, bem juntinho ao palco. Isso já ocorreu em três ocasiões. Numa delas o tiete não conteve a emoção e desmaiou.
Em outra, no dia 11 de junho de 2005, em Salvador, teve o merecimento de adentrar no camarim e ser fotografado ao lado do artista. É o seu grande trunfo, mostra as tais fotografias a todos que tocam no assunto. O que possibilitou o ingresso no cobiçado camarim foi um book que Jorge guarda com muito orgulho e que contem valiosas referências sobre o artista. A produção exibiu o trabalho a Roberto Carlos e este mostrou imediato interesse em conhecer o xará de Ipiaú.
“O Rei me recebeu com muito carinho e até parece que ficou meu fã”, garante o cambista ao lembrar dos momentos em que esteve no camarim do artista. Prosseguindo ele narra: “Após folhear o álbum, Roberto me perguntou por que eu lhe cortejava assim. Então respondi : é porque Deus criou você pra cantar e eu lhe admirar”. Roberto Carlos, o fã, afirma que nunca se esquecerá daqueles momentos de tantas emoções junto ao seu ídolo. Quando trata nesse assunto ele procura ilustrar com a frase principal de uma das celebres músicas do do artista. “Essas recordações me matam”. (Giro/José Américo Castro)