Série Praças de Ipiaú – No seu 50º aniversário de emancipação política o município de Ipiaú ganhou de presente uma bela praça. Quem presenteou foi a própria população, em atendimento a um apelo do então prefeito Hildebrando Nunes Rezende. Teve gente que deu um saco de cimento, um tijolo, um metro de areia lavada, etç. Doações maiores também aconteceram inclusive em dinheiro. Alguns doaram a mão de obra. Mutirões ocorreram por dias seguidos.
A obra foi executada em uma área de 2.400 metros quadrados pela empreiteira CroesyVita, sob a coordenação do técnico Abelardo Vieira Martins. O engenheiro Fernando Vita, atual vice-prefeito de Itabuna assinou o projeto. A inauguração da praça aconteceu no dia 2 de dezembro de 1983, com uma grande festa. Na mesma data foi inaugurado o Museu do Lavrador e outros acontecimentos importantes ocorreram em homenagem ao cinquentenário do município.
Canteiros, gramados, quiosques, árvores frondosas, extensos assentos de cimento e até um coreto, deram um toque aconchegante ao espaço, tornando-o propício aos encontros, bate-papos e eventos. A turma do dominó e do carteado é presença constante por ali. A vida noturna na Cinquentenário é muito mais intensa que nas demais praças de Ipiaú, perdendo apenas para a Praça Rui Barbosa, nas noites de domingo.
O logradouro entrou no gosto do povo e contribuiu com o surgimento de um forte comércio na área. Boutiques, livrarias, padarias, farmácias, supermercados, bares, lanchonetes, pousadas, posto de revenda de combustíveis, dentre outros estabelecimentos, ampliam o movimento, gerando emprego e renda. Algumas igrejas evangélicas têm endereço no local.
Na Praça do Cinquentenário aconteceram memoráveis eventos. Foi palco de festas juninas, circuito de micaretas e ainda mantém a tradição de concorridos comícios nas campanhas eleitorais do município. Pela sua importância, e função social, o espaço merece uma requalificação, pois seu público usuário tem crescido e exigido melhor comodidade.
Origens – Os primeiros moradores da área onde hoje se localiza a Praça do Cinquentenário foram as famílias de Braz Tito da Cruz, Manoel Cardin (conhecido com Neguinho Pedreiro), João Cearense, Antonio Porfirio Vieira Souza, Francisco Alves Ferreira (Seu Bal) e Ângelo Nunes dos Santos. Somando a estas tinha o pessoal de seu Germinio, José Vidal, Felismino e Dudu do Carvão. No lado oposto à Avenida Getúlio Vargas, existia uma lagoa coberta de taboas e outras plantas aquáticas. Pés de mamonas completavam a vegetação do terreno em volta.
No ano de 1973, Ângelo Nunes dos Santos, o “Mestre Ângelo”, proprietário do Parque Ouro Verde, comprou o terreno, aterrou a lagoa, construiu algumas casas e deu novo aspecto ao lugar. Circos, touradas e parques de diversões, provisoriamente se instavam por ali. Alguns dos mais famosos comícios do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), com celebres discursos de Euclides Neto e Hildebrando Nunes Rezende, aconteceram nesse naquele terreno. Dizem que partiu dos “Garranchos”, ou seja, os militantes do antigo MDB, a denominação “Barroquinha da Sorte”. Eles acreditavam que os comícios realizados naquele espaço traziam boa sorte ao grupo político. Da “Barroquinha da Sorte” à Praça do Cinquentenário, a labuta solidária de um povo, a expansão da cidade, uma historia que as novas gerações precisam conhecer. *Giro/José Américo Castro