Série Praças de Ipiaú – Chamam-lhe de Praça do Rotary, mas oficialmente ela tem a denominação de Celestina Bittencourt em homenagem a uma das primeiras professoras da rede estadual de ensino em Ipiaú. O ex-prefeito Hildelbrando Nunes Rezende pensou em batizar-lhe com o nome de Sinhazinha Pinto, esposa de Alberto Pinto, músico fundador da primeira filarmônica da cidade, e mãe de Manoel Pinto (Mapin), compositor do hino do município, no entanto, compreendeu que a educadora também era merecedora da honra. O certo é que o logradouro ficou mesmo conhecido como Praça do Rotary, em decorrência do Rotary Club de Ipiaú ter implantado no centro daquela colina, em novembro de 1967, um monumento com o símbolo da entidade. Na ocasião o fazendeiro Domingos Castro, por ser o rotariano mais idoso plantou uma árvore (flamboyant) próximo ao monumento.
Praça do Rotary é destaque no coração de Ipiaú
A configuração de praça veio acontecer tempos depois. Era então presidente do Rotary o advogado Talma Reis. Daquele grupo rotaryano faziam parte, dentre outros cidadãos, Agostinho Pinheiro, Antonio Calumby, Salvador da Matta, João Magalhães Neto, Protógenes Jaqueira, Edvaldo Santiago, Américo Castro, Wilson Menezes, Rafael Sampaio e Waldemiro Santos.
O piso de pedras portuguesas, os canteiros e assentos, dentre outros detalhes, constituem o conjunto da obra. Basta um olhar mais atento para perceber que o espaço requer uma restauração em alguns pontos da sua estrutura, preservando as árvores e a sua originalidade. Ponto divisor das ruas Alfredo Brito, Siqueira Campos e Floriano Peixoto, no centro da cidade, a Praça Celestina Bittencourt tem grande visibilidade e simpatia. Palco de encontros, point de casais enamorados, cantinho aconchegante que guarda cumplicidades de muitas paixões. As antigas residências em seu entorno vão dando lugar a novos prédios onde funcionam escritórios de advocacia, estabelecimentos que prestam serviços diversos e até uma clinica médica de grande porte. Um dos assíduos frequentadores da praça é o ex jogador de futebol “Pedrito” (Pedro Freire Conceição) que fez história como bom zagueiro da Seleção de Ipiaú e de grandes clubes deste município e região. Todas as manhãs ele está por lá, com sua turma, relembrando jogadas, contando causos, dando risada, contribuindo para que o ambiente cumpra a sua função social.
Dos antigos moradores da área podemos citar dona Raquel e seu Deodato Pinheiro, em cuja residência, o deputado Agostinho Pinheiro se reunia com o padre Flamarion e outras celebridades municipais para traçar estratégias políticas, contar causos, jogar baralho e falar da vida alheia. Também tinham as famílias de Amâncio Felix, Mimiu Duarte e seu Tidinho.
Celestina Bittencourt
A homenageada com o nome oficial da praça, professora Celestina Adélia Souza Bittencourt, nasceu na cidade de Alagoinhas, em 18/05/1887 e faleceu em Ipiaú no dia 28 de junho de 1948. Ela era casada com o oleiro Virgílio de Souza Bittencourt e chegou na Vila de Rio Novo ( hoje município de Ipiaú) no ano de 1930. Foi a segunda professora efetiva do estado em Rio Novo. Naquela época as escolas funcionavam nas residências das professoras e as classes eram mistas, com alunos de todas as séries na mesma sala. Foi então que ela teve a ideia de reunir todas as escolas em um só prédio. Após sua morte, o prédio recebeu o nome de Escolas Reunidas Celestina Bittencourt. A professora Celestina teve 10 filhos dos quais sobreviveram quatro: Adylles, Hyldeth, Ednólia e Italva Mirtes. Com exceção de Hyldeth, que tornou-se costureira, todas se dedicaram ao magistério. Estas informações foram prestadas pela pesquisadora Elinalva Bittencourt, filha da professora Italva e neta da matriarca Celestina Bittencourt. *José Américo Castro/Giro Ipiaú