Giro Ipiaú

Incêndio destrói parte da sede do Samu em Feira de Santana

Foto: Divulgação

O alojamento feminino da sede do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Feira de Santana, foi destruído após pegar fogo neste domingo (15). De acordo com publicação do CORREIO, as chamas também comprometeram a central de atendimento do serviço. Apesar de profissionais estarem de plantão no momento do incêndio, ninguém ficou ferido. O fogo destruiu camas, colchões e todos os utensílios que estavam no alojamento. O local foi isolado pelo Corpo de Bombeiros, que conseguiu controlar as chamas. Um curto-circuito pode ter sido a causa do incêndio. O local, no entanto, passará por perícia.

História das Eleições de Ipiaú: Garranchos no Poder

“Garranchada” acompanhava Hidelbrando Nunes

Concluindo o mandato, Salvador da Matta indica à sua sucessão o policial militar Milton Pinheiro dos Santos. Capitão Milton -ARENA- teve como adversário o carismático Hildebrando Nunes Rezende -MDB-, apoiado por Euclides Neto e pelo candidato a deputado Miguel Coutinho. Os partidários de Hildebrando foram apelidados de “garranchos”, palavra que passou a simbolizar um dos mais expressivos movimentos do populismo político em Ipíaú.

Nas passeatas cada pessoa erguia um garrancho, mostrando que ali estava a humildade e a fortaleza de um povo unido em um objetivo de liberdade. Messias, o cantor dos garranchos, puxava o refrão: “É fogo de garrancho que derruba jacarandá”… A multidão fazia o eco. Essa foi uma das campanhas mais movimentadas da história política de Ipiaú. Muito fervor, estratégias bem planejadas, discursos empolgantes. Uma frase bem ou mal dita em palanque poderia fazer grande diferença e até decidir o pleito. Afirmam que foi isso o  que aconteceu quando pronunciaram: “Nós precisamos de qualidade e não de quantidade”. Euclides soube explorar o vacilo.

Comitê de Hidelbrando Nunes

A garranchada assanhou, avolumou, mostrou seu valor. Hildebrando derrotou o Capitão Milton com 995 votos de frente. Sua votação foi de 3.465 votos contra 2.470 do seu adversário. Depois da passeata da vitória nas ruas de Ipiaú, Hildebrando e alguns dos seus partidários mais próximos estenderam as comemorações na Fazenda Coroa Verde, de Miguel Coutinho. O governo de Hildebrando foi popular e democrático, com intenso incentivo à cultura. (GIRO/José Américo Castro).

História das Eleições em Ipiaú: Regime Militar; candidatos únicos, oposição fora do páreo

Foto:Arquivo Pessoal

Apesar do sufoco que sofreu durante o regime militar instaurado com o golpe contra a democracia no dia 31 de março de 1964, o prefeito Euclides Neto, acusado de ser comunista, realizou uma administração grandiosa e voltada às camadas mais carentes da população. Promoveu reformas: tributária, politica, habitacional, pedagógica, sanitária, trabalhista, urbana e agrária. Tudo isso concorreu para que o Governo Federal desse a Ipiaú o titulo de Município Modelo da Bahia. Euclides soube vencer a perseguição. Concluiu seu mandato no final de 1966, mas não pôde fazer o sucessor.

Desmantelado o sistema partidário democrático com o Ato Institucional n º 2 (AI-2) criou-se a ARENA (Aliança Renovadora Nacional), base de sustentação civil do regime militar e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), este com a função de fazer uma oposição bem comportada, enfim tolerável ao regime. Nas duas primeiras eleições pós-golpe, a oposição em Ipiaú preferiu ficar de fora dessa manobra. Resistiu de modo independente.
ZÉ MOTTA
Candidato único pela ARENA, José Motta Fernandes foi eleito prefeito, em 15 de novembro de 1966, com 2.760 votos, o que representou a maioria do eleitorado. Ele já havia exercido o cargo no período de 1959 a 1963. Os 12 vereadores eleitos pela ARENA foram: Salvador da Matta (598 votos); Normando Suarez (587 votos); Edvaldo Santiago (275 votos); José Pereira de Almeida-Zeca da Americana-(272 votos); Waldemar Santana Sampaio(198 votos);Aldo Tripoldi ( 194 votos);Pedro Hagge Midlej(145 votos); Walter Hohlenwerger (122 votos); Antonio Calumby (110 votos); Eulogio Santana-Mestre Lôla- (96 votos) , Samuel Rodrigues(88 votos) e Humberto Colavolpe (77 votos). Na suplência ficaram: Wilson Menezes (64 votos) e Altino Cosme Cerqueira ( 55 votos).
SALVADOR DA MATTA
Concluída a sua segunda gestão no município de Ipiaú, José Motta Fernandes é sucedido por outro ex-prefeito que também cumpriria o segundo mandado. Eleito no dia 15 de novembro de 1971, com 3.169 votos, ou seja, a maioria do eleitorado, o médico e educador Salvador da Matta, candidato único pela ARENA, governa durante apenas dois anos(1972/73).
Para esse “mandato tampão”, também foram eleitos os vereadores arenistas: José Pereira de Almeida-Zeca da Americana-(771 votos);Edvaldo Santiago-Tatai-(599 votos); Normando Suarez( 571 votos); Gilson Andrade Cunha( 263 votos); Aldo Tripoldi ( 205 votos); Carlos Borges de Souza( 204 votos); Altino Cosme de Cerqueira ( 198 votos); Walter Hohlenwerger ( 198 votos); Américo Castro ( 179 votos); Samuel Rodrigues( 167 votos); Antonio Calumby (114 votos)e Pedro Hagge Midlej (47 votos).
Tanto José Motta Fernandes quanto Salvador da Matta, administraram de conformidade com as normas estabelecidas com o regime militar, mas promovendo obras de grande importância para a coletividade. No próximo capitulo: o movimento dos garranchos.

História das Eleições em Ipiaú: Euclides Neto é eleito prefeito em 1962

Euclides disputou com Roque Menezes as eleições de 1962

O ano de 1962 prometia muita movimentação na politica ipiauense. Dois jovens cidadãos: o advogado Euclides José Teixeira Neto e o professor Roque Alcântara Menezes foram lançados candidatos à sucessão do prefeito José Motta Fernandes. Ambos eram dotados de muita inteligência e gozavam da mais alta estima por parte da comunidade local. A velha UDN tomava rumos que contrariava algumas das suas lideranças mais conservadoras e isso indicava a possibilidade de “um racha”, o que aconteceu quando José Motta decidiu apoiar Euclides Neto. A ala dissidente recebeu o nome do seu líder Salvador da Matta e hipotecou solidariedade à candidatura de Roque Menezes que também tinha o apoio da maioria dos alunos (votantes) do Ginásio de Rio Novo.

Euclides agregava o sentimento do novo, das ideias pioneiras e renovadoras. Sendo assim também contava com forte apoio da juventude progressista. Representava bem mais que aquela coisa de marxismo, comunismo, conforme o padre Flamarion, pároco local, costumava lhe acusar enquanto jogava baralho na casa de Adeodato Pinheiro.
A campanha transcorreu em alto nível
Euclides Neto concorria pelo PDC (Partido Democrático Cistão) agremiação que encabeçava a coligação “União Libertadora Cristã” , enquanto Roque Menezes encabeçava a coligação “Aliança Democrática Trabalhista”. O antigo Fórum Rui Barbosa, funcionava no Bairro da Conceição, em frente à casa de Leonel Jardim. Ali aconteceu a apuração dos votos e o resultado final apontou 1.886 sufrágios em favor de Euclides Teixeira Neto, contra 1.556 votos para Roque Alcântara Menezes. Euclides venceu por uma diferença de 330 votos. Dizem que a maioria dos votos decisivos veio do Distrito de Córrego de Pedras.
Os 10 candidatos à Câmara de Vereadores mais bem votados nesse pleito foram: Alípio do Prado Correia (455 votos), Normando Suarez (409 votos), José Motta Fernandes (362 votos), Edvaldo Santiago -Tatai (338 votos), José Pereira de Almeida-Zeca da Americana- (102 votos), Altino Cosme Cerqueira (97 votos), David de Souza(95 votos), Antônio Lisboa Nogueira (79 votos), Walter Hohlenverger (75 votos) e Josias Correia ( 70 votos).
Outros concorrentes à Câmara foram Francisco Pelegrine, Waldite Nascimento, Wilson Rocha Almeida, Manoel Valdir Santos, Aldo Tripoldi, Oscar Mendes de Souza, Wilson Menezes, Elias Cirqueira, André Assis, Waldomiro Ornellas, Juracy Soares e Boanerger Brandão. Prefeito de Ipiaú, Euclides Teixeira Neto realizou uma das mais importantes e progressistas administrações que se tem conhecimento na historia deste município.(GIRO/José Américo Castro)

História das Eleições em Ipiaú: José Motta e Antônio Lisboa disputaram as eleições em 1959

José Motta e Antônio Lisboa disputaram as eleições em 1959

No ano de 1958, o prefeito Salvador da Matta, juntamente com o vereador Protógenes Jaqueira e outros membros da UDN (União Democrática Nacional) já estavam articulando o processo sucessório e não tiveram dúvida que o melhor candidato do grupo seria o vereador José Motta Fernandes, cuja carreira política foi iniciada na gestão do ex-prefeito Pedro Caetano. José Motta representava o próspero distrito de Barra do Rocha e era sobrinho do empresário rural João Motta, forte liderança política na região.

A oposição lançou a candidatura do dentista Antonio Lisboa Nogueira, membro do PSD ( Partido Social Democrático), que no período de 1945 a 1946 exerceu o cargo de interventor municipal. Natural do município sergipano de Laranjeiras, Nogueira se destacou como um dos fundadores da Loja Maçônica Fraternidade Rionovense, do Rotary Clube de Ipiaú e era Conselheiro do Instituto de Cacau da Bahia. Ele deu grande contribuição para a instalação da agencia local do Banco do Brasil e da Fundação Hospitalar de Ipiaú.
A campanha eleitoral deflagrada em meados de 1959 foi tranquila, “pouco questionada e quase consensual”, conforme lembra o médico José Alberto da Matta, filho do então prefeito. Juracy Magalhães que na ocasião se colocou como candidato a governador da Bahia, deslocou-se até Ipiaú, para participar de um dos comícios, na Praça Rui Barbosa, em favor de José Motta. Na sua comitiva transportada em três aviões também estava o deputado Urbano de Almeida Neto.
A votação indicou a vitoria de José Motta. Nessa sua primeira gestão José Motta Fernandes governou o município durante o período de 14 de abril de 1959 a 07 de abril de 1963. Foi sucedido pelo advogado Euclides Teixeira Neto. (GIRO/José Américo Castro)

História das Eleições de Ipiaú: Em 1947, o povo volta a escolher o prefeito

Salvador da Matta, José Muniz Ferreira e Pedro Caetano

Democracia Restabelecida

No ano de 1947, com a democracia restabelecida, ocorre a segunda campanha eleitoral para prefeito de Ipiaú. Dois candidatos: o dentista Antônio Lisboa Nogueira- PSD-  e o advogado Pedro Caetano Magalhães de Jesus-PRP- disputaram o cargo. Com apoio da UDN, PTB e PSP, Pedro Caetano foi o eleito. A campanha eleitoral de 1951 foi disputada pelo coletor Oswaldo Telles-UDN- e o fazendeiro José Muniz Ferreira-PRP-, o qual teve o apoio do PTB e PSD. José Muniz Ferreira, mais conhecido como “Juca Muniz”, irmão do cacauicultor Edizio Muniz Ferreira e genro do Coronel Durval Hollenwerger foi o vitorioso nessa disputa. De 1955 a 1959, Ipiaú foi governado pelo médico Salvador da Matta que na eleição de 1954 derrotou Aristóteles Andrade, político que já havia disputado a primeira eleição de prefeito para o município. Salvador foi sucedido por José Motta Fernandes. (GIRO/ José Américo Castro)

História das Eleições de Ipiaú: Prefeitos eram nomeados pelo ‘Estado Novo’

Prefeitos eram nomeados pelo então Presidente da República Getúlio Vargas

Dando continuidade à serie “As Campanhas e Eleições dos Prefeitos de Ipiaú, enfocaremos nesta matéria o período em que não houve campanha e nem tampouco eleições. De 1937 a 1948 o país esteve regido pelo totalitarismo e os prefeitos eram nomeados pelo Presidente da República. No município de Ipiaú seis deles experimentaram essa condição. Em setembro de 1937 o então presidente Getúlio Vargas, decide preparar um golpe de estado que estabeleceu uma ditadura que se prolongou por quase 10 anos, e ficou conhecida com “O Estado Novo”. Nesse período foram dissolvidas as representações do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. Vargas ficou com o poder de indicar prefeitos e governadores, os quais ficaram conhecidos como interventores.

Prefeitos nomeados em Ipiaú 
Os interventores (prefeitos) nomeados pelo Estado Novo em Ipiaú foram: Eurico Simões Paiva (17/12/1937-1938) ; Aderbal Medeiros de Barros( 07/01/1938-25/02/1940); Jaime Pontes Tanajura (11/03/1940-1943)-; Agostinho Cardoso Pinheiro (26/03/1943-1945); Antônio Lisboa Nogueira (12/06/1945-1946); José Borges de Barros (28/04/1946-05/12/1946); Sandoval Fernandes Alcântara (05/12/1946-1948). No próximo capitulo o foco será a segunda campanha eleitoral em regime democrático. (GIRO/José Américo Castro)

História das Eleições de Ipiaú: o primeiro prefeito

Foto: Arquivo Pessoal

Três candidatos concorreram às eleições municipais de 1936, a primeira da história política da antiga Rio Novo. A pluralidade confirmava o perfil democrático do eleitorado local, mas inaugurava a tendência da polarização que prevalece nos dias atuais. Leonel Andrade (PSD) e Aristóteles Andrade (AIB) concentravam as preferências dos eleitores, enquanto Moisés Santos, do Partido Rio Novo Altivo, apenas marcava o espaço da terceira via, sem as mínimas chances de vitória. Aquela primeira campanha foi muito disputada. As duas principais facções se digladiavam, ultrapassando os limites da ética, o campo das idéias, atingindo questões pessoais. O ambiente tornara-se de tal modo tenso, que se chegou a esperar acontecimentos trágicos. Cerca de mil eleitores compareceram às urnas para sufragar os nomes dos seus candidatos a prefeito e vereadores. O vencedor foi Leonel Andrade, do PSD, com 542 votos, seguido de Aristóteles Andrade, da ABI, que obteve 382 votos e Moisés Santos, do Partido Rio Novo Altivo, com apenas 10 votos. (GIRO/José Américo Castro).

Praça Clériston Andrade em tempos de pacificação

Praças de Ipiaú – Localizada na zona norte da cidade, entre o Bairro Constança e a Rua Nova Conquista, a Praça Clériston Andrade cumpre a sua função social. Mesmo não sendo devidamente equipada, é aconchegante e bem frequentada pelos moradores da área. Sombreada por cinco árvores, além de alguns arbustos, dotada de três canteiros gramados e com razoável iluminação noturna, ela tem sido palco de eventos religiosos e memoráveis comícios eleitorais. Seu nome foi dado em memória à um ilustre ipiauense que chegou a ser prefeito de Salvador e seria governador da Bahia se um trágico acidente aéreo não tivesse lhe ceifado a vida.
“Arrupiada” e Cruzeiro foram denominações anteriores do logradouro que até a década de 1980 era carente de infra-estrutura básica e repleto de casebres, os quais se estendiam em um faixa estreita  cheia de deficiências. Nos períodos chuvosos ficava enlameada e quase intransitável. Dentre os seus antigos moradores tinham os cidadãos conhecidos como Milton, Vardo Rampa e Zé Cutelo. No centro de um  terreno baldio foi afixada uma enorme cruz de madeira e foi isso que motivou o nome de Rua do Cruzeiro. Oficialmente a artéria é denominada de Rua Leonizia Andrade Nogueira.
Coube ao ex prefeito Hidelbrando Nunes Rezende promover a urbanização do terreno onde a cruz foi afixada e transformá-lo em uma praça. Isso aconteceu em 1983, ano do cinquentenário da emancipação de Ipiaú. Numa demonstração de gratidão e grandeza democrática, Hidelbrando, militante histórico do PMDB,  batizou a praça com o nome de Clériston Andrade. Um ano antes, o homenageado estava em campanha para o Governo do Estado, concorrendo pelo PDS por indicação de Antonio Carlos Magalhães. O helicóptero em viajava chocou-se contra um serra em Caatiba, no sudoeste baiano, matando todos os seus ocupantes.
Na gestão do prefeito Miguel Coutinho, sucessor de Hildebrando, a rua foi pavimentada e muitas casas receberam melhorias. Foi nesse período que a praça, por indicação do vereador Jaldo Coutinho Brandão, morador da região, ganhou um televisor, proporcionando mais sociabilidade e lazer para a comunidade. A partir de então outras praças da cidade também ganharam o equipamento.
Atualmente a Praça Clériston Andrade tem em seu entorno dois supermercados, diversos outros  estabelecimentos comerciais, templos religiosos e bons prédios residenciais. Seu público usuário é diversificado, tendo como mais frequente  o pessoal do dominó. Jaldo Brandão lembra que muita coisa evoluiu desde os tempos da antiga “Arrupiada”, nome que ele atribui ter sido originado de uma turma que arrepiava os rivais que ali ousavam lhes desafiar. Era uma época em que ocorriam confrontos constantes, tiroteios, cenas de valentia. Renatão, Mestre e Beto Punk foram alguns protagonistas daquelas proezas. Hoje a área está pacificada e cada vez mais progressista.
Clériston Andrade – Era natural de Ipiaú e diácono da Igreja Batista. Como político, começou na condição de procurador-geral do município de Salvador na administração do então prefeito ACM. Quando este deixou a prefeitura da capital baiana para se candidatar a governador da Bahia por via indireta, em 1970, Clériston assumiu a prefeitura da cidade. Em 1971, ACM, já como governador, o confirmou como prefeito, garantindo a sua permanência até 1975. Em 1979, no segundo governo de ACM, foi nomeado presidente do Banco do Estado da Bahia (Baneb), abandonando o cargo para se candidatar ao governo da Bahia em 1982, pelo PDS. Foi quando aconteceu o acidente. (Giro/ José Américo Castro).

Praça Rui Barbosa: onde pulsa o coração da cidade de Ipiaú

Série Praças de Ipiaú – No coração da cidade encontra-se a Praça Rui Barbosa. Sua história se confunde com a própria história do município e seu nome homenageia um dos maiores juristas que o Brasil já produziu. No seu entorno visualizam-se estabelecimentos comerciais, agências bancárias, postos de serviços, a Igreja Matriz de São Roque, o inacabado Edifício Santa Paula e o prédio onde funcionou o Cine Teatro Éden, patrimônio histórico e cultural da região.

Por esta praça circulam diariamente milhares de transeuntes e verifica-se um intenso trânsito de veículos. Aos finais de semana o point torna-se ainda mais pulsante. Todas as tribos urbanas ali se reúnem. Crianças, idosos, católicos, evangélicos, kardecistas, sketistas, ciclistas, metaleiros, nerds, resenhistas, playboys, cocotas, rastas, yuppies, motoqueiros, poetas, violeiros, pets, piriguetes e patricinhas fazem do espaço um grande palco dos seus espetáculos individuais. A Praça Rui Barbosa é vitrine, cartão postal, referencia da boa gente ipiauense.

Mesmo carecendo de uma melhor arborização e mais assentos, o logradouro vem atendendo os interesses da população. Nos períodos festivos ganha mais luminosidade, decorações temáticas, diversidade. O espaço, como praça, surgiu no inicio do processo de urbanização do município, na área em frente à sede da fazenda do italiano José Miraglia.

Residências foram edificadas em seu redor e em algumas delas se discutiu os destinos políticos da então Vila de Rio Novo, inclusive a sua elevação à condição de município. No local onde hoje é o prédio da Minstel tinha o antigo templo da Igreja Matriz, onde o padre Simão Phileto pronunciava severos sermões e depois da missa ia jogar gamão.

A partir da década de 1970 a bela arquitetura residencial cedeu lugar aos prédios dos estabelecimentos comerciais, perdendo o charme e romantismo de outrora. Ao longo do tempo a Praça Rui Barbosa sofreu diversas modificações. Já lhe cercaram de arame farpado, a isolaram com tapumes, fizeram muitas intervenções, entretanto, foi mantido o mérito de ser a maior, a principal. Sucessivas obras de requalificação exigiram o sacrifício de árvores e equipamentos de grande valor histórico, mas não anularam a sua essência. A Praça Rui Barbosa é ponto convergente das ruas Dois de Julho, Castro Alves, Floriano Peixoto e Juracy Magalhães.

Coretos, canteiros, pérgulas, jardins, bancos em estilo clássico, pedras portuguesas, viveiros de pássaros, micos, pipoqueiros, vendedores de rolete de cana, quebra-queixo, pirulito, festas de São Roque, micaretas, revoadas de andorinhas, namoros, atos públicos, comícios, eventos culturais e tantas outras coisas e acontecimentos fizeram a história da Praça Rui Barbosa, ficaram na lembrança de muitas gerações.

O Cine Teatro Éden, o Abrigo Vitória, o vizinho  Rio Novo Tênis Clube, a casa de Zé Hagge, o som dos serviços de alto falante (Voz de Rio Novo, Voz da Cidade), o inacabado prédio Santa Paula, a barulheira dos carros de som, a resistência do ponto de táxis, do mingau de Clarisse, o acarajé de Maria, motocicletas, ruas que trazem e levam gente, tudo dentro da praça, no ritmo de cada tempo, fazendo pulsar o coração da cidade. (Giro/José Américo Castro)

Praça Noé Bonfim: um recanto aconchegante no extremo sul de Ipiaú

Três árvores de pequeno porte, sendo as duas maiores em sua parte frontal, igual número de canteiros, alguns assentos, razoável estado de conservação. Este é o cenário da Praça Noé Bonfim, no extremo sul da Avenida São Salvador, proximidades do Parque de Exposições José Thiara.  O logradouro foi construído pelo prefeito Miguel Coutinho, no inicio da década de 1990, atendendo a uma indicação do vereador João Manga -PMDB- e alguns moradores da área. Na mesma ocasião foi fundado o posto de saúde homônimo que faz o pano de fundo da praça. Ambos foram assim batizados em homenagem a um médico que prestou relevantes serviços à população de Ipiaú  e  outros municípios da região.

Apesar do tamanho reduzido o espaço cumpre perfeitamente a sua função social. É comum presenciar ali grupos de pessoas em animado bate-papo, jogando dominó ou mesmo comemorando algum evento festivo. Em uma das laterais da praça está a Capela de Santa Terezinha, vinculada à Paróquia de São Roque. O templo foi projetado pelo padre Francisco Xavier e construído sob o comando de Neco Pedreiro, experiente mestre de obras ,residente na Avenida São Salvador.  Ao lado da capela localiza-se a Escola Municipal Florentino Pinheiro. Na última gestão do prefeito Deraldino Araújo, o prédio do posto foi totalmente reformado e ampliado, passando a funcionar como Unidade de Saúde da Família, enquanto a praça ganhou nova pavimentação.

Clínico Geral
Dr. Noé Bonfim era clinico geral, tinha consultório junto à sua residência, na Rua Silva Jardim e  tornou-se uma pessoa muito querida na região, inclusive no município de  Itagibá onde foi pioneiro no exercício da medicina. Sua esposa Noêmia também entrou na história de Itagibá por ser a primeira professora formada da localidade. O casal morou em Ipiaú durante muitos anos e gerou quatro filhos: Aderbal, Alberto, Jacira e Noélia. Dr. Noé, nasceu em Jequié, no ano de 1909, e  morreu em Ipiaú na data de 28 de julho de 1989, com a idade de 80 anos.
Epigramatista 
O nome de Noé Bonfim é citado no livro “64: Um Prefeito, a Revolução e os Jumentos”, de Euclides Neto, como autor de epigramas que são pequenas composições poéticas que terminam num pensamento engenhoso ou satírico.  Euclides conta que em Ibirataia o prefeito José Prazeres adotara a medida de castrar os jumentos que escandalizavam nas vias públicas com suas ruidosas praticas sexuais.  “O emascular dos jegues em Ibirataia  deu epigramas. Doutor Noé Bonfim, de cá (de Ipiaú), mandou o seu para o prefeito José Passos Prazeres: – Ó, José, como és malvado/Se tens complexo não negues/Que triste Passos tu destes/Tirando os Prazeres dos jeques”-. De lá (de Ibirataia), o poeta Camil respondeu: – Ó, Noé, como é bondoso/Se és o da arca não negues/ Se achas errada a medida/Arranja um Bonfim aos jeques”. (Giro/José Américo Castro)

Cinquentenário: a praça construída pelo povo

Série Praças de Ipiaú – No seu 50º aniversário de emancipação política o município de Ipiaú ganhou de presente uma bela praça. Quem presenteou foi a própria população, em atendimento a um apelo do então prefeito Hildebrando Nunes Rezende. Teve gente que deu um saco de cimento, um tijolo, um metro de areia lavada, etç. Doações maiores também aconteceram inclusive em dinheiro. Alguns doaram a mão de obra. Mutirões ocorreram por dias seguidos.

A obra foi executada em uma área de 2.400 metros quadrados pela empreiteira CroesyVita, sob a coordenação do técnico Abelardo Vieira Martins.  O engenheiro Fernando Vita, atual vice-prefeito de Itabuna assinou o projeto. A inauguração da praça aconteceu  no dia 2 de dezembro de 1983, com uma grande festa. Na mesma data foi inaugurado o Museu do Lavrador e outros acontecimentos importantes ocorreram em homenagem ao cinquentenário do município.

Canteiros, gramados, quiosques, árvores frondosas, extensos assentos de cimento e até um coreto, deram um toque aconchegante ao espaço, tornando-o propício aos encontros, bate-papos e eventos. A turma do dominó e do carteado é presença constante por ali. A vida noturna na Cinquentenário é muito mais intensa que nas demais praças de Ipiaú, perdendo apenas para a Praça Rui Barbosa, nas noites de domingo.

O logradouro entrou no gosto do povo e contribuiu com o surgimento de um forte comércio na área. Boutiques, livrarias, padarias, farmácias, supermercados, bares, lanchonetes, pousadas, posto de revenda de combustíveis, dentre  outros estabelecimentos, ampliam o movimento, gerando emprego e renda. Algumas igrejas evangélicas têm endereço no local.

Na Praça do Cinquentenário aconteceram memoráveis eventos. Foi palco de festas juninas, circuito de micaretas e ainda mantém a tradição de concorridos comícios nas campanhas eleitorais do município. Pela sua importância, e função social, o espaço merece uma requalificação, pois seu público usuário tem crescido e exigido melhor comodidade.

Origens – Os primeiros moradores da área onde hoje se localiza a Praça do Cinquentenário foram as famílias de Braz Tito da Cruz, Manoel Cardin (conhecido com Neguinho Pedreiro), João Cearense, Antonio Porfirio Vieira Souza, Francisco Alves Ferreira (Seu Bal) e Ângelo Nunes dos Santos. Somando a estas tinha o pessoal de seu Germinio, José Vidal, Felismino e Dudu do Carvão. No lado oposto à Avenida Getúlio Vargas, existia uma lagoa coberta de taboas e outras plantas aquáticas. Pés de mamonas completavam a vegetação do terreno em volta.

No ano de 1973, Ângelo Nunes dos Santos, o “Mestre Ângelo”, proprietário do Parque Ouro Verde, comprou o terreno, aterrou a lagoa, construiu algumas casas e deu novo aspecto ao lugar. Circos, touradas e parques de diversões, provisoriamente se instavam por ali. Alguns dos mais famosos comícios do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), com celebres discursos de Euclides Neto e Hildebrando Nunes Rezende, aconteceram nesse naquele terreno. Dizem que partiu dos “Garranchos”, ou seja, os militantes do antigo MDB, a denominação “Barroquinha da Sorte”. Eles acreditavam que os comícios realizados naquele espaço traziam boa sorte ao grupo político. Da “Barroquinha da Sorte” à Praça do Cinquentenário, a labuta solidária de um povo, a expansão da cidade, uma historia que as novas gerações precisam conhecer. *Giro/José Américo Castro

Praça do Rotary é destaque no coração de Ipiaú

Série Praças de Ipiaú – Chamam-lhe de Praça do Rotary, mas oficialmente ela tem a denominação de Celestina Bittencourt em homenagem a uma das primeiras professoras da rede estadual de ensino em Ipiaú. O ex-prefeito Hildelbrando Nunes Rezende pensou em batizar-lhe com o nome de Sinhazinha Pinto, esposa de Alberto Pinto, músico fundador da primeira filarmônica da cidade, e mãe de Manoel Pinto (Mapin), compositor do hino do município, no entanto, compreendeu que a educadora também era merecedora da honra. O certo é que  o logradouro ficou mesmo conhecido como Praça do Rotary, em decorrência do Rotary Club de Ipiaú ter implantado no centro daquela colina, em novembro de 1967,  um monumento com o símbolo da entidade. Na ocasião o fazendeiro Domingos Castro, por ser o rotariano mais idoso plantou uma árvore (flamboyant) próximo ao monumento.

A configuração de praça veio acontecer tempos depois. Era então presidente do Rotary o advogado Talma Reis. Daquele grupo rotaryano faziam parte, dentre outros cidadãos, Agostinho Pinheiro, Antonio Calumby, Salvador da Matta, João Magalhães Neto, Protógenes Jaqueira, Edvaldo Santiago, Américo Castro, Wilson Menezes, Rafael Sampaio e Waldemiro Santos.
O piso de pedras portuguesas, os canteiros e assentos, dentre outros detalhes, constituem o conjunto da obra. Basta um olhar mais atento para perceber que o espaço requer uma restauração em alguns pontos da sua estrutura, preservando as árvores e a sua originalidade. Ponto divisor das ruas Alfredo Brito, Siqueira Campos e Floriano Peixoto, no centro da cidade, a Praça Celestina Bittencourt tem grande visibilidade e simpatia. Palco de encontros,  point de casais enamorados, cantinho aconchegante que guarda cumplicidades de muitas paixões. As antigas residências em seu entorno vão dando lugar a novos prédios onde funcionam escritórios de advocacia, estabelecimentos que prestam serviços diversos e até uma clinica médica de grande porte. Um dos assíduos frequentadores da praça é o ex jogador de futebol “Pedrito” (Pedro Freire Conceição) que fez história como bom zagueiro da Seleção de Ipiaú e de grandes clubes deste município e região. Todas as manhãs ele está por lá, com sua turma, relembrando jogadas, contando causos, dando risada, contribuindo para que o ambiente cumpra a sua função social.
Dos antigos moradores da área podemos citar dona Raquel e seu Deodato Pinheiro, em cuja residência, o deputado Agostinho Pinheiro se reunia com o padre Flamarion e outras celebridades  municipais para traçar estratégias políticas, contar causos, jogar baralho e falar da vida alheia. Também tinham as famílias de Amâncio Felix, Mimiu Duarte e seu  Tidinho.
Celestina Bittencourt
A homenageada com o nome oficial da praça, professora Celestina Adélia Souza Bittencourt, nasceu na cidade de  Alagoinhas, em 18/05/1887 e  faleceu em Ipiaú no dia 28 de junho de 1948. Ela era casada com o oleiro Virgílio de Souza Bittencourt e chegou  na Vila de Rio Novo ( hoje município de Ipiaú) no ano de 1930. Foi a segunda professora efetiva do estado em Rio Novo. Naquela época as escolas funcionavam nas residências das professoras e as classes eram mistas, com alunos de todas as séries na mesma sala. Foi então que ela  teve a ideia de reunir todas as escolas em um só prédio. Após sua morte, o prédio recebeu o nome de Escolas Reunidas Celestina Bittencourt. A professora Celestina teve 10 filhos dos quais sobreviveram quatro: Adylles, Hyldeth, Ednólia e Italva Mirtes. Com exceção de Hyldeth, que tornou-se costureira, todas se dedicaram ao magistério. Estas informações foram prestadas pela pesquisadora  Elinalva Bittencourt, filha da professora Italva e neta da matriarca Celestina Bittencourt. *José Américo Castro/Giro Ipiaú

Justiça concede liberdade condicional ao goleiro Bruno

Foto: Reprodução

A Justiça do Rio concedeu liberdade condicional ao ex-goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, condenado a pena de 20 anos e 9 meses de reclusão pela morte e desaparecimento do corpo da modelo Eliza Samúdio, em 2010. A decisão de quinta-feira (12) é da juíza da Vara de Execuções Penais, Ana Paula Filgueiras, e foi divulgada neste sábado (14).

“Não existe impedimento concreto à concessão do livramento condicional ao apenado, na medida em que ele preenche o requisito objetivo necessário desde 10/04/2022, conforme cálculo do atestado de pena atualizado. Quanto ao mérito, o apenado desempenhou atividades laborativas após a concessão da progressão de regime e cumpriu regularmente as condições da prisão domiciliar, valendo destacar que não há novas anotações na Folha de Antecedentes Criminais (FAC)”.

O Ministério Público do Rio de Janeiro tinha se manifestado contrário ao benefício e solicitou à Justiça a elaboração de exame criminológico. A juíza Ana Paula Filgueiras indeferiu o pedido, citando a decisão que autorizou regime semiaberto para Bruno, em 2019. (mais…)

Praça dos Cometas – um espaço que guarda boas lembranças ao ipiauense

Série Praças de Ipiaú – A Praça dos Cometas é um tradicional logradouro de Ipiaú que sofreu transformações ao longo do tempo, estando hoje um tanto descaracterizada da sua função social original. Bifurcação das avenidas Lauro de Freitas e Getúlio Vargas e da Rua Alfredo Brito, modernizada pelo asfalto, mas ainda contando com a relíquia dos paralelepípedos em parte do seu piso, o espaço guarda lembranças de uma época memorável. Boêmios, valentões, policiais, comerciantes, jogadores de futebol e carteado, corretores de imóveis, gente de todo tipo transitavam no lugar.

Ali, em um sobrado que hoje foi adaptado como biblioteca, funcionou por muito tempo a Delegacia de Policia, cujo carcereiro se chamava Nezinho. No destacamento tinha Zé Soldado, Naná, Gilbertão, Farangoso, João Guardinha, Cabo Zezito e outros valentes homens da lei sob o comando do capitão Milton Pinheiro, Tenente Orlando, Calazans e cia… O Colégio Ângelo Jaqueira começou sua historia no mesmo prédio. Na vizinhança do quartel, a padaria de seu Everaldino que também fundou a torrefação “Café Rio Novo”, a venda de seu Artur, os bares de Lôzo, Zé do Leite, o armarinho de Nozinho, a pensão de dona Rute. Um pouco mais adiante, já na entrada da Rua de Jequié, atual Avenida Lauro de Freitas, a tenda de Evaristo Santana, artesão com especialidade em selas e arreios de cavalos. O Moinho Cometa e outros estabelecimentos, além de residências, completavam o cenário da área.

Da rapaziada que por ali se reunia antes de ir para o areão do Rio de Contas, ou aos bregas dos Dez Quartos e Tia Ló, surgiu um time de futebol que tinha o mesmo nome da praça e no escudo do uniforme áureo-negro, a figura do astro errante. Ficou na história um comício que o deputado Urbano de Almeida Neto, realizou no local. Dizem que vibrações sobrenaturais baixaram naquele evento, tornando o local ainda mais lendário. Um dia João Batista Madeiro instalou um Posto de Gasolina no canteiro central da praça e aí começou a descaracterização. Hoje no lugar do Posto Três Marias que também foi propriedade de Hélio Veloso, tem uma lanchonete e nos domínios dela, o monumento com a placa onde foi registrada a fundação da praça e aconteceu a comemoração dos 25 anos de emancipação política de Ipiaú. O nosso Jubileu de Prata.

O monumento se encontra desfocado, desprezado, enquanto a inscrição na placa está praticamente inelegível. No mínimo a Prefeitura deveria dar uma atenção, com a devida manutenção, a este e outros marcos históricos da cidade. A Praça dos Cometas foi inaugurada em 1959 pelo prefeito José Motta Fernandes. Um ano antes, ainda na gestão de Dr.Salvador da Matta, quando a cidade comemorava seu 25º aniversário de fundação, foi promovido um grande evento, ”razão pela qual os viajantes comerciais do Estado – à frente dos quais seu líder Abdon Barreto –deitaram suas tendas azuis para uma semana de festas”. (Giro/José Américo Castro)

Luto: Morre a professora Nádia Celeste

Foto: Reprodução

Faleceu, neste sábado, 14, Nádia Celeste, 62 anos, professora aposentada da rede municipal de educação de Ubatã. A educadora, que trabalhou muitos anos em escolas municipais, foi vítima de um aneurisma. A Secretaria de Educação emitiu uma nota e lamentou o passamento de Nádia. “É com pesar que lamentamos o falecimento de Nádia Celeste, professora aposentada da rede municipal de educação. Nádia deu uma grande contribuição para o nosso município ao ajudar a educar centenas de alunos, pessoas, cidadãos. Desejamos que o espírito de Deus repouse sobre os corações de familiares e amigos”, diz a nota. Em tempo, o velório ocorreu na Pax Nacional e o sepultamento às 10h deste domingo, no cemitério Jardim da Saudade, em Ipiaú. (Ubatã Notícias)

Praça Everaldino Pereira: um nome que honra Ipiaú

Série Praças de Ipiaú – Um Projeto de Lei do vereador Herbeth Manoel Campos, em 11 de maio de 1995, deu o nome de Everaldino Pereira dos Santos à uma praça localizada entre o Bairro Constança e a Rua Nova Conquista. Antes o local era chamado de “Rupiada”. No dia 9 de janeiro de 2015 o prefeito Deraldino Araújo inaugurou a obra de requalificação do logradouro que se desenvolveu com a técnica de bio construção, introduzida em Ipiaú por Canrombert Almeida, então Diretor de Obras do Município. A planta foi concebida de acordo com a geografia da área. Piso, canteiros, assentos e equipamentos de lazer, a exemplo de um Parque Infantil, tornaram o espaço em local agradável e bem visitado. As árvores que ali se encontravam foram preservadas e mais valorizadas, mostrando assim a preocupação de harmonia ambiental do projeto paisagístico. O espaço é agradável e bem visitado. Sua função social vem sendo cumprida a contento.

Everaldino Pereira dos Santos, o cidadão homenageado com o nome da praça, nasceu em Itagibá no dia 2 de novembro de 1920 e faleceu em Salvador no dia 15 de julho de 1982, entretanto grande parte da sua existência foi em Ipiaú, embora também tivesse morado em Jequié e Brasília. Ele era casado com dona Maria Anália dos Santos com a qual constituiu uma descendência de oito filhos, dez netos, sete bisnetos e um tataraneto. Foi membro ativo da 1ª Igreja Batista de Rio Novo, tinha natureza pacifica e capacidade empresarial. Teve uma pequena fábrica de manteiga, uma saboaria e diversos outros estabelecimentos industriais. Fruto do seu empreendedorismo são as empresas Café Rio Novo, com projeção regional, e Panificadora Aurora, ambas ainda sediadas na Praça dos Cometas e bem consolidadas no mercado. Nessa área da cidade Everaldino viveu, criou os filhos Walmick, Waldeck, Agnaldo, Valdimary, Marivaldi e Vânia e fez boas amizades.

Everaldino Pereira dos Santos foi um homem bom, honesto, temente a Deus, e com muito amor ao próximo. Muito auxiliou pessoas carentes que moravam nas imediações da Praça dos Cometas. Tirava do próprio bolso, sem esperar retorno, para resolver problemas alheios. Saciou a fome de muita gente, exerceu a fraternidade que é a base da doutrina cristã. Amou ao próximo com a si mesmo. Entre seus melhores amigos estavam o comerciante Artur Pereira, o serventuário da Justiça, Expedito Januário (pai do pastor Carlos César Januário), o empresário Waldemar Sampaio, o fazendeiro Otávio Ferreira (Ota) e o saudoso Amâncio Felix dos Santos. Todos lhe admiravam e respeitavam. Por tudo isso e tantos outros atos de grandeza humana que não foram citados neste texto, seu Everaldino se fez merecedor de justas homenagens. Seu nome em uma das praças da cidade é motivo de honra para Ipiaú. (GIRO/José Américo Castro)

Praça Amâncio Félix: Homenagem a um homem de paz

Série Praças de Ipiaú – Amâncio Félix dos Santos viveu 103 anos, contribuiu para a edificação Primeira Igreja Batista de Rio Novo, constituiu numerosa descendência, fez fortuna com honestidade, semeou a paz , entrou na história e teve seu nome emprestado a uma das praças de Ipiaú. Discreta como a própria pessoa que motivou a sua denominação à Praça Amâncio Félix, na zona norte cidade, é ponto estratégico de deslocamento para diversos bairros periféricos. Foi construída e inaugurada pelo ex-prefeito Hildebrando Nunes Rezende que ali implantou um monumento com o busto do respeitável cidadão. Em frente a esta praça, ainda existe a casa sede do sitio que pertencia ao senhor Amâncio. O processo de expansão urbana tornou o local muito mais habitável.

Amâncio Félix começou sua vida de fazendeiro com uma pequena criação de porcos, abatendo um a cada semana e vendendo a carne na feira da então Vila de Rio Novo. Juntou dinheiro, adquiriu terras, fez pastagens e dedicou-se à pecuária bovina e depois à agricultura. Prosperou e tornou um dos maiores cacauicultores do município. Foi dono da Fazenda Oceania que hoje pertence ao empresário José Mendonça e também pertenceu ao ex deputado Urbano Almeida Neto, o lendário “Urbano Cem Contos”.

Amâncio fez parte do grupo que articulou a mudança do prédio da 1ª PIB de Rio Novo para a Praça Alberto Pinto. Antes a igreja, então pastoreada por Abílio Pereira Gomes, funcionava na Rua Dois de Julho. Ao iniciar-se o levantamento de recursos para a compra do terreno coube a ele a doação da maior quantia: CR$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros velhos). Homem de natureza pacifica, fala mansa, o decano Amâncio Félix dos Santos foi um dos mais respeitáveis e honestos cidadãos ipiauenses.(Giro/José Américo Castro).

Praça Emídio Barreto e a sua história

Série Praças de Ipiaú – Localizada no inicio da lendária Rua do Sapo, convergência das ruas José Muniz Ferreira, Jaldo Reis, Itapagipe, Alto da Bela Vista e Avenida Getúlio Vargas, próxima à via de acesso ao Centro de Abastecimento, a Praça Emidio Souza Barreto cumpre a sua função social no cotidiano de Ipiaú. Antes de ter esta denominação ela era chamada de Praça Quadalajara, em homenagem à cidade que tão bem recepcionou a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970, no México.

O terreno foi doado ao município pela cacauicultor Antonio Calumby. Em 1988, primeiro ano da gestão do prefeito Miguel Coutinho foi urbanizada e oficialmente inaugurada, ganhando, por indicação do então vereador Plínio Nery, Lemos o nome de Emidio Barreto. Sombreada por quatro árvores, esta praça tem um traçado simples e atende a população residente, ou frequentadora, de uma das mais movimentadas áreas da cidade. Vendedoras de acarajé e outras iguarias, camelôs, propagandistas, costumam armar barraca por ali. No finalzinho da tarde é hora do encontro de amigos, uma partidinha de dominó, aquele papo legal…

Emídio Souza Barreto foi um dos mais abnegados moradores da área. Figura simples e criativa, cidadão honesto, muito trabalhador, ele prestou relevantes serviços à comunidade e por tantas vezes se colocou à frente de movimentos, promoveu eventos, militou na política local pelo antigo MDB, revelou-se um grande orador. Foi um ato de justiça lhe prestar a homenagem póstuma com o nome da praça. Ninguém melhor do que ele para simbolizar a garra e a história da gente que ali permanece.
Pioneiro do processo de industrialização dos subprodutos do cacau na região, Emídio Barreto deu preciosas lições aos monocultores do cobiçado fruto.Mostrou que um “toque de Midas” poderia ser dado no que antes eles desprezavam.Transformou os subprodutos em bebidas, licores, doces, geléias, vinagre, enfim deu valor a tudo que antes iria para o lixo.
“Aproveitou o imprestável, criando empregos, gerando riqueza e bem-estar”, destacou Euclides Neto, escritor, advogado e ex prefeito deste município, em um artigo publicado no jornal Folha do Cacau, em 18 de julho de 1986. Num rudimentar laboratório instalado na antiga Rua do Cacau (hoje chamada de José Muniz Ferreira) ao lado da sua residência, seu Emidio começou a realizar testes até descobrir a geleia produzida através do mel do cacau. A descoberta lhe estimulou a prosseguir nas experiências e assim foi obtendo outros bons resultados.
Da pivide fabricou um doce muito saboroso; misturando a banana com a entrecasca do cacau criou o “Negobom”, iguaria que até hoje é comercializado em todo o Brasil. Depois vieram a batida, o licor, o vinho quinado, o vermuth, o vinagre, o aguardente, o doce da polpa, o caramelo e os tabletes. Tudo de cacau. A matéria prima da manufatura era proveniente da Fazenda Boa Vista ( 64 hectares) na região de Córrego de Pedras onde ele chegou a produzir 100 arrobas de cacau.
Natural do município de Jaquaquara, Emidio Barreto, irmão do comerciante e fazendeiro Cesário Barreto, chegou em Ipiaú no ano de 1948. Ele era casado com dona Almerinda Cardin Barreto e ao morrer, com a idade de 66 anos, deixou uma descendência de 8 filhos, 13 netos e 6 bisnetos. Um busto ou uma estátua de Emidio Barreto, com uma placa contendo o resumo dos seus feitos, bem cabe na praça que tem o seu nome. (José Américo Castro/GIRO)

Praça Antônio Linhares: justa homenagem à um honrado cidadão

Série Praças de Ipiaú – Localizada no alto das ruas Juracy Magalhães, Silva Jardim e José Muniz Ferreira (Rua do Cacau), a Praça Antonio Linhares é um ponto estratégico da cidade. Por ali passam diariamente milhares de pessoas em direção à diversos outros logradouros e caminhos do município. O espaço é utilizado por moradores das imediações e demais cidadãos que à sombra das suas árvores desfrutam momentos de lazer e descanso ou aguardam algum encontro. Com um traçado simples e agradável, o equipamento foi inaugurado na década de 70, durante a segunda administração do prefeito José Motta Fernandes.

Antes era chamada de “Praça da Fundação”, devido a sua aproximação do prédio da Fundação Hospitalar de Ipiaú. O nome de Antonio Linhares decorreu de um Projeto de Lei do ex-vereador Francisco Ferreira Oliveira (“Chico do Hospital”), que dessa maneira prestou uma justa homenagem a um honrado cidadão e patriarca de tradicional família ipiauense.

Antônio Linhares – nasceu no distrito de Castelo Novo, município de Ilhéus. Ainda jovem chegou em Rio Novo com intuito de plantar cacau. Adquiriu uma fazenda na região da Água Branquinha e iniciou o cultivo dos chamados “frutos de ouro”. Algum tempo depois conheceu Filomena de Souza, filha do fazendeiro Eduardo Félix, com a qual casou-se em uma cerimônia no casarão do seu amigo Domingos Castro, iniciando uma descendência de 18 filhos, 10 dos quais estão vivos, 32 netos, 44 bisnetos, 16 trinetos e 01 tetraneto. A necessidade de oferecer uma melhor educação aos filhos fez com que o casal fixa-se residência na cidade, onde por um longo tempo seu Antonio exerceu o cargo de Delegado de Policia. A residência de Antonio Linhares ficava bem próxima da praça que hoje tem seu nome.

*Por José Américo Castro / Giro Ipiaú

Praça Alberto Pinto: onde concentram-se os poderes de Ipiaú

Série Praças de Ipiaú – Na principal colina da cidade está localizada a Praça Alberto Pinto. Nela foram edificadas as sedes dos poderes Executivo e Legislativo do município e, bem próxima, a sede do Poder Judiciário, isto é, o Fórum da Comarca local. Na área também se encontra o prédio da secular 1ª Igreja Batista de Rio Novo, o que significa uma representação do Poder Eclesiástico. O prestigio do espaço que se configura como um Centro Administrativo aumenta com a presença do marco que indica ter sido Ipiaú detentor do titulo de “Município Modelo da Bahia”. O nome da praça homenageia um homem que investiu na cultura e fez da musica um sacerdócio.

Espaçosa, bonita, histórica, propicia aos atos públicos, a Praça Alberto Pinto tem em suas proximidades alguns estabelecimentos educacionais e a Loja Maçônica Fraternidade Rionovense. Está na rota da BR-330, o que lhe torna palco de intensa movimentação de veículos. O prédio da Câmara de Vereadores ocupa posição privilegiada neste cenário histórico da cidade. O imóvel foi construído para sediar a Prefeitura Municipal e nessa condição permaneceu por um longo tempo.  No antigo prédio também funcionou o Museu do Lavrador que posteriormente foi desalojado.

O monumento que marca a conquista do titulo de Município Modelo da Bahia decorreu de uma ideia do ex-gestor Euclides Neto. “Em seu livro 64: Um Prefeito, a Revolução e Os Jumentos”, Euclides lembra que a matéria prima do monumento foi lavrada por obra do acaso em uma pedreira de propriedade da Prefeitura. O Governo Federal, através do INDA exigia que fosse cravado em frente ao prédio da Prefeitura um obelisco que indicasse o titulo recém-recebido. O prefeito pensou num tronco de boa madeira de lei, mas quando visitando a pedreira, notou que após a explosão da dinamite, caiu uma linda espátula de pedra e que ali estava o monumento. A pedra foi enfincada no centro da praça e nela afixada uma placa de bronze com a cópia do telegrama passado pelo Governador Lomanto Júnior: “ Ipiaú acaba de ser escolhido Município Modelo da Bahia”.

Alberto Pinto, o homem que emprestou seu nome à praça, chegou a Ipiaú no ano de 1926, vindo de Santo Antonio de Jesus. Era casado com dona Sinhazinha e teve muito filhos, sendo um deles o compositor Manoel Pinto (MAPIN) que fez o hino da cidade. Alberto Pinto tocava flauta e incentivava a juventude a dançar, cantar, declamar poesias. Desses saraus surgiu o Grupo Musical São Salvador, que adiante evoluiu para a Filarmônica Alberto Pinto, denominação dada em sua memória, do mesmo jeito que fizeram com a praça. *José Américo Castro/GIRO

Praça Orlando Cardoso: homenagem a um homem que se fez menino

Série Praças de Ipiaú – De um antigo campinho de futebol, à beira d’uma lagoa, surgiu a primeira praça do Bairro da Conceição. Por muito tempo o logradouro ficou sem nome até que a Câmara de Vereadores aprovou um Projeto de Lei denominando-lhe de Praça Orlando Cardoso Araújo. Algumas pessoas ainda não sabem disso, pois falta uma placa com tal indicação. A Praça Orlando Cardoso Araújo fica bem em frente ao Colégio Maria José Lessa de Moraes, sendo frequentada pelos moradores do bairro e os alunos do estabelecimento. É ampla e pouco arborizada. Se ali plantassem flores ficaria bem mais bonita. Há quem diga que esta praça deveria se chamar Maria José Lessa de Moraes, proprietária da Fazenda Conceição que deu origem ao bairro homônimo, mas foi bem merecida a homenagem a um cidadão que soube lhe aproveitar com toda intensidade. De corpo e alma seu Orlando viveu momentos felizes nesse pedaço da cidade.

Orlando Cardoso de Araújo, avô do goleiro Wladimir, do Santos Futebol Clube, nasceu em Jaguaquara, no sudoeste baiano, e chegou em Ipiaú no ano de 1963, em plena Ditadura Militar. Veio para exercer a função de coletor estadual, cargo que atualmente corresponde a auditor fiscal e nesta cidade ficou pelo resto da sua existência. Bom vivant, intelectual, seu Orlando curtia a literatura russa, com admiração especial pelo poeta Vladimir Maiakovski, não dispensava um carteado e muito menos uma boa pinga.
Foi um dos primeiros moradores do Bairro da Conceição e deu valiosa contribuição ao futebol ipiauense como dirigente da Liga Desportiva Rionovense -LDR-. Quando concluía o trabalho cotidiano que às vezes lhe exigia o uso de terno e gravata, despia-se das formalidades e seminu, apenas com o calção na virilha, exibindo o barrigão que em nada lhe envergonhava, ia bater um baba com a meninada. Brigava, xingava , disputava cada jogada como se fosse a final de uma Copa do Mundo. Tornava-se o menino que os adultos sonham mais não tem coragem de ser. Seu Orlando era casado com Valdelice Porto de Araujo ( dona Valda), teve cinco filhos ( Orlando Filho, Vladmir, Alida, Helvécio e Ariadne), onze netos e cinco bisnetos.Em 2 de Julho,de 1986, data da Independência da Bahia, fez a passagem rumo ao plano espiritual.Contava então com 56 anos de idade. *José Américo Castro/GIRO

Praça Salvador da Matta: Nítida vocação cultural

Série Praças de Ipiaú – Antigamente, nos primórdios da cidade, ela era conhecida como Praça Tupinambá e comportava o campo de futebol, palco de memoráveis disputas dos times locais. Nessa condição permaneceu até os anos 50. Após a construção do Estádio Pedro Caetano, a área passou a ser chamada de Campo Velho. Circos, touradas, ciganos e turcos passavam temporadas naquele espaço, exibindo espetáculos, encantando crianças e adultos. No início da década de 1960 o prefeito José Motta Fernandes iniciou ali a construção do Mercado Municipal e algum tempo depois foi a vez da Feira Livre fixar-se no local que então já estava denominado de Praça Dr. Salvador da Matta.

Em setembro de 2010 a feira foi transferida para o Centro de Abastecimentos, próximo à Rua do Sapo, e a praça ganhou nova conotação. Consolidou-se como centro de atividades culturais e recreativas. Na Praça Salvador da Matta acontece a badalada Festa de São Pedro, além de outros eventos culturais e esportivos e tantas outras manifestações da cultura ipiauense. Parques de Diversões também a utilizam. O logradouro serve como estacionamento de veículos e centro de treinamento de motoristas. Skatistas e motociclistas costumam usar o local para as suas manobras espetaculares. O prédio do antigo mercado está destinado a um Centro Cultural, comportando o Museu do Lavrador e outros equipamentos.

Salvador da Matta. Com o nome deste homem a praça não poderia ter outra vocação, senão a da cultura. Gerações inteiras foram educadas por ele que trouxe a Ipiaú “a aurora de uma nova manhã”. Natural de Catu, Salvador da Matta chegou em Ipiaú no ano de 1938, iniciando o exercício da medicina, como clínico e obstetra, sempre em partos normais. Trabalhou na Fundação Hospitalar de Ipiaú, onde foi diretor algumas vezes. Clinicou no Sindicato Rural de Ipiaú e também exerceu a função de médico legista. Em 1950 fundou o Ginásio de Rio Novo (GRN) e tornou-se um grande educador, além de forte liderança política. Foi vereador e duas vezes prefeito (1955/59 e 1971/73), muito contribuindo com o desenvolvimento da cidade.
Em 30/11/1952 participou da fundação do Rotary Club de Ipiaú, atuando no mesmo por 50 anos. No ano de 1954 ampliou os horizontes do GRN criando a Escola Normal de Rio Novo nas mesmas instalações do Ginásio. Em 1967 voltou a ampliar os horizontes do GRN criando o Curso de Contabilidade por meio do Colégio Comercial de Rio Novo. Preparou terreno para que a UNEB fosse instalada em Ipiaú. Dr. Salvador da Matta era casado com dona Zélia Maria Martins da Matta, tendo sete filhos: José Alberto. Regina, Helena, Carlos Alberto, Salvador Júnior, Adélia e Virgínia que lhes deram netos e bisnetos. A cidade guarda a sua memória na mais alta consideração. (Giro/José Américo Castro)

A Praça Virgílio Damásio e suas referências históricas

Série Praças de Ipiaú – No centro comercial de Ipiaú, fazendo a linha divisória entre as ruas Dois de Julho, Castro Alves, Sete de Setembro e Moisés Santos, encontra-se a Praça Virgílio Damásio. A área é de intenso movimento durante os dias úteis da semana. Nela concentram-se algumas lojas, gráficas, repartições públicas e uma emissora de rádio, a “Educadora AM”. Aos domingos e feriados se pode melhor apreciar o seu traçado, a arquitetura que lhe circunda e visualizar alguns dos seus aspectos históricos. Bem no centro da praça observa-se um prédio em formato das antigas embarcações “gaiola” dos rios Mississippi e São Francisco. Este prédio, construído por Dorgival Castro, é uma das referências históricas do lugar. Atualmente ali funciona o escritório local da ADAB.

Durante muitos anos aconteceu na Praça Virgílio Damásio uma concorrida feira livre. Nesse mesmo período, até a década de 1970, o local também comportava a Delegacia de Polícia e o escritório das empresas do lendário “Urbano Cem Contos”, ou seja, o ex-deputado Urbano de Almeida Neto. Outra referência histórica da praça era o Hotel Glória, cujos tempos áureos foram vivenciados nos 50 e 60 e tinha como proprietário o Sr. Rafael Sampaio. A reunião de fundação do Rotary Clube de Ipiaú aconteceu nesse hotel. Não podemos deixar de mencionar a famosa “Loja Três Irmãos”, propriedade de Odilon Costa, e “A Norma”, loja de ferragens de Nelson Almeida que no próximo Mês de setembro completa 70 anos de existência.

Virgílio Clímaco Damásio (foto), a personalidade que emprestou seu nome à praça, foi médico do famoso jurista Rui Barbosa, de quem era primo. Também se destacou como professor da Faculdade de Medicina da Bahia, Governador do Estado em dois curtos períodos (18/11 a 23/11 de 1889 e 16/09 a 24/11 1890) e Senador da República. Na condição de governador tempo em que promoveu a reforma do ensino da medicina legal no estado e instituiu a constituinte estadual. (José Américo Castro/GIRO)

Praça João Carlos Hohlenweger; um monumento à emancipação de Ipiaú

*Por José Américo Castro

Um dos embriões de Ipiaú foi o espaço onde hoje está localizada a Praça João Carlos Hohlenwerger e imediações. Originalmente esta região da cidade era conhecida pelo nome de “Fuá” e aglutinava pessoas simples, muitas provenientes da zona rural que traziam seus produtos para negociar no povoado que no  ano de 1916 o povoado passou à condição de Distrito de Paz com o nome de Alfredo Martins.
Décadas depois surgiam duas feiras livres na área do antigo “Fuá”. A primeira na Praça Virgílio Damásio e a outra na Praça João Carlos Hohlenwerger. No decorrer do tempo o local sofreu transformações, ganhando novos estabelecimentos, armazéns de cacau, órgãos públicos, lojas e até uma agência do Banco do Brasil. Enfim, tornou-se um dos pontos mais movimentados do centro de Ipiaú.
A Praça João Carlos Hohlenwerger não é propriamente um espaço de lazer, mas tem uma turma que a utiliza para animadas partidas de dominó. A sua denominação veio em homenagem a um homem que muito lutou pelo processo de emancipação política deste município. Com tanta história não poderia deixar de abrigar em sua parte central o monumento mais significativo da cidade. Tratasse de uma replica da Estátua da Liberdade, tendo em sua base placas com inscrições alusivas ao grande feito.
Ali se encontra o telegrama do então governador Juracy Magalhães anunciando a elevação do então distrito de Rio Novo à condição de município autônomo. Em outra placa está inscrita a gratidão dos munícipes ao Dr. Alfredo Brito (na época Secretário de Saúde do Estado) que contribuiu com a emancipação. Inaugurado em 2 de dezembro de 1934 sob a administração do prefeito Antonio Augusto Sá, o monumento foi inicialmente afixado na Praça Rui Barbosa e depois transferido para a Praça João Carlos Hohlenwerger.
A partir da Copa do Mundo de 1974 a Praça João Carlos Hohlenwerger passou a ser palco de comemorações das vitórias da Seleção Brasileira na maior competição futebolística do planeta. Com isso recebeu o apelido de “Praça Brasil”. Quem promovia a festa, inclusive a sua decoração com bandeirolas e outros adereços, era o artista plástico Herbeth Campos.
João Carlos Hohlenwerger, o homem que emprestou seu nome para a denominação oficial da praça, era de origem suíça-alemã e tinha a patente de Coronel da Guarda Nacional. Chegou na região por volta do ano de 1916. A ele coube a iniciativa de tentar a emancipação política do povoado. Na segunda metade da década de 1920 o distrito já tinha sido elevado à condição de vila com o nome de Rio Novo e João Carlos continuava pleiteando a sua alforria política. Deslocava-se até a capital do estado, onde, em prolongadas audiências, tratava do assunto com o governador J.J. Seabra e outras autoridades.
“O Coronel João Carlos era uma figura impressionante. De estatura baixa, gordo rotundo, vermelho, calvo, farto bigode torcido nas extremidades, parecia um barão”, descreve o historiador Clemilton Andrade em seu livro “Uma vida em várias épocas e lugares”. João Carlos Hohlenweger deixou uma descendência de sete filhos, dezenas de netos, bisnetos, tataranetos e um exemplo de grande amor pelo lugar que lhe acolheu. 

*As praças da cidade e os significados dos seus nomes é o tema desta série de reportagens do jornalista José Américo Castro para o GIRO IPIAÚ. A intenção do pesquisador é remontar a trajetória de Ipiaú, por meio da contextualização e das representatividades destes espaços e monumentos, ressaltando a importância de cada cidadão ou acontecimento que emprestou seus nomes a esses logradouros públicos.